Servidores federais de mais de 40 categorias vão às ruas por reajuste
Banco Central, pela manhã, e Ministério da Economia, à tarde, são alvo de protestos hoje, às vésperas da sanção do Orçamento
Às vésperas do prazo final para sanção do Orçamento deste ano aprovado pelo Congresso
Nacional, servidores de mais de 40 categorias vão às ruas hoje e ameaçam paralisar temporariamente alguns órgãos federais em protesto contra o governo de Jair Bolsonaro (PL), em busca de reajuste salarial e reestruturação de carreiras.
Bolsonaro tem até sexta-feira para sancionar a lei orçamentária de 2022, que prevê R$ 1,7 bilhão para aumento do funcionalismo, inicialmente prometido a policiais, que fazem parte de sua base de apoio. O presidente, porém, tem sido pressionado a recuar e não conceder reajuste a nenhuma categoria.
Dois atos estão previstos em Brasília: às 10h, em frente à sede do Banco Central (BC), e às 14h, em frente ao prédio do Ministério da Economia. O Fórum das Carreiras de Estado (Fonacate) estima que cerca de 1000 servidores devem comparecer aos atos.
No BC, metade dos 3.500 servidores do órgão deve paralisar as atividades entre 10h e 12h, segundo o Sindicato Nacional
dos Funcionários do BC (Sinal). Os serviços essenciais serão mantidos, mas o presidente do sindicato, Fábio Faiad, diz que alguns serviços podem ser afetados, como atendimento, distribuição de dinheiro e acesso dos bancos a sistemas de informação.
Além do BC, participam da mobilização carreiras da Receita Federal, do Tesouro Nacional, professores, auditores fiscais agropecuários, entidades ligadas aos Poderes Legislativo
e Judiciário e outras.
PEDIDO AO STF. A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), vai se reunir com representantes da Fenajufe, federação representativa dos servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União, que pedirão à Corte que se posicione em defesa da isonomia na concessão de reajuste a todas as categorias, e não apenas aos policiais.
As categorias também já aprovaram mais atos, nos dias 25 e 26, e há um indicativo de greve geral para fevereiro.
Conforme mostrou o Estadão na última semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, recomendou a Bolsonaro que não seja reestruturada nenhuma carreira neste ano. •