O Estado de S. Paulo

Servidores federais de mais de 40 categorias vão às ruas por reajuste

Banco Central, pela manhã, e Ministério da Economia, à tarde, são alvo de protestos hoje, às vésperas da sanção do Orçamento

- GUILHERME PIMENTA THAÍS BARCELLOS

Às vésperas do prazo final para sanção do Orçamento deste ano aprovado pelo Congresso

Nacional, servidores de mais de 40 categorias vão às ruas hoje e ameaçam paralisar temporaria­mente alguns órgãos federais em protesto contra o governo de Jair Bolsonaro (PL), em busca de reajuste salarial e reestrutur­ação de carreiras.

Bolsonaro tem até sexta-feira para sancionar a lei orçamentár­ia de 2022, que prevê R$ 1,7 bilhão para aumento do funcionali­smo, inicialmen­te prometido a policiais, que fazem parte de sua base de apoio. O presidente, porém, tem sido pressionad­o a recuar e não conceder reajuste a nenhuma categoria.

Dois atos estão previstos em Brasília: às 10h, em frente à sede do Banco Central (BC), e às 14h, em frente ao prédio do Ministério da Economia. O Fórum das Carreiras de Estado (Fonacate) estima que cerca de 1000 servidores devem comparecer aos atos.

No BC, metade dos 3.500 servidores do órgão deve paralisar as atividades entre 10h e 12h, segundo o Sindicato Nacional

dos Funcionári­os do BC (Sinal). Os serviços essenciais serão mantidos, mas o presidente do sindicato, Fábio Faiad, diz que alguns serviços podem ser afetados, como atendiment­o, distribuiç­ão de dinheiro e acesso dos bancos a sistemas de informação.

Além do BC, participam da mobilizaçã­o carreiras da Receita Federal, do Tesouro Nacional, professore­s, auditores fiscais agropecuár­ios, entidades ligadas aos Poderes Legislativ­o

e Judiciário e outras.

PEDIDO AO STF. A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), vai se reunir com representa­ntes da Fenajufe, federação representa­tiva dos servidores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União, que pedirão à Corte que se posicione em defesa da isonomia na concessão de reajuste a todas as categorias, e não apenas aos policiais.

As categorias também já aprovaram mais atos, nos dias 25 e 26, e há um indicativo de greve geral para fevereiro.

Conforme mostrou o Estadão na última semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, recomendou a Bolsonaro que não seja reestrutur­ada nenhuma carreira neste ano. •

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