O Estado de S. Paulo

Robson Marinho reassume posto no TCE após 7 anos afastado

São Paulo Conselheir­o da Corte de contas do Estado era investigad­o por corrupção no caso Alstom; Justiça apontou prescrição

- FAUSTO MACEDO

O conselheir­o do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo Robson Marinho reassumiu ontem o cargo após sete anos e quatro meses afastado por decisão judicial em investigaç­ão que atribuiu a ele a titularida­de de offshore na Suíça, detentora de US$ 3 milhões.

Marinho foi beneficiad­o pela prescrição do crime que lhe foi imputado pelo Ministério Público Federal. Ele sempre negou ter ligação com a offshore e ser o dono dos dólares no país europeu. Ex-chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (19951997), Marinho, hoje com 72 anos, fica até o fim de 2024 no cargo, quando se aposenta compulsori­amente aos 75.

Marinho é réu em uma ação de improbidad­e movida pelo Ministério Público de São Paulo por suposto recebiment­o de propinas da multinacio­nal francesa Alstom, entre 1998 e 2005. No processo, o conselheir­o foi afastado do TCE-SP por ordem da juíza Maria Gabriela Pavlópoulo­s Spaolonzi, da 13.ª Vara da Fazenda Pública da Capital. Ele continuou recebendo o holerite de R$ 35,4 mil (brutos) no período em que permaneceu fora da função.

Três anos depois, a 12.ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu reintegrar o conselheir­o, em outubro de 2017. No entanto, no mesmo mês, o Superior Tribunal de Justiça aceitou denúncia contra Marinho, o colocando no banco dos réus por corrupção e lavagem de dinheiro e mantendo seu afastament­o da Corte.

Em dezembro, o juízo da 6.ª Vara Criminal Federal de São Paulo declarou a extinção da punibilida­de, por força de prescrição, dos crimes imputados a Marinho. O despacho ressaltou que os crimes narrados na denúncia do MPF teriam ocorrido entre 1998 e 2005. Assim, o prazo prescricio­nal dos delitos foi calculado consideran­do que o conselheir­o já completou 70 anos – o que faz com que tal prazo seja reduzido pela metade.

‘DESGASTE PESSOAL’. Em nota, Marinho afirmou “ser desnecessá­rio ressaltar o desgaste pessoal” que sofreu nesses anos no “enfrentame­nto das muitas idas e vindas do longo processo judicial”. O conselheir­o ainda disse “reafirmar o compromiss­o de bem zelar pela coisa pública”. •

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O conselheir­o do TCE Robson Marinho, em 2011; hoje com 72 anos, ele fica no cargo até o fim de 2024

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