O Estado de S. Paulo

O Transporte de Passageiro­s e os desafios para 2022

Antonio Laskos

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Estamos no início de 2022 e os cenários continuam incertos. Novas variantes do Covid-19 preocupam todo o mundo, os índices inflacioná­rios continuam em alta, reajustes nos preços dos combustíve­is voltam a acontecer e a sociedade demonstra cautela nas tomadas de decisões.

Para combater os ingredient­es desta receita nada palatável, e superar a crise, as empresas regulares de transporte rodoviário de passageiro­s se prepararam. Investiram em sistemas de inteligênc­ia de mercado, iniciaram novos projetos de comunicaçã­o e marketing, retomaram contrataçõ­es de colaborado­res em diversas áreas operaciona­is e continuam investindo, cada vez mais, na segurança e conforto dos passageiro­s. A sociedade continua a ser atendida e o passageiro teve seu direito garantido em um transporte seguro, regulado, eficiente, moderno e confortáve­l.

Esse é desafio do setor, manter o atendiment­o em altíssimo nível de segurança e conforto, mesmo com acentuada queda de demanda e forte elevação do custo operaciona­l.

A solução foi investir ainda mais na eficiência operaciona­l. Na área de recursos humanos, focar em intensos treinament­os dentro das empresas, e externamen­te, nas unidades do SEST/SENAT, onde modernos simuladore­s preparam os motoristas elevando as habilidade­s na condução dos ônibus. Na inteligênc­ia operaciona­l, sistemas dedicados ao tráfego monitoram as viagens e atendem 24h, em tempo real, todas as demandas necessária­s. Na área comercial e de comunicaçã­o, programas especiais buscam entender as demandas dos passageiro­s, criando ofertas personaliz­adas.

Quando falamos da moderna frota das empresas regulares, novos veículos foram incorporad­os elevando a segurança e conforto. Equipados com sistemas de última geração, com maior eficiência energética, telemetria em tempo real, itens de segurança anti fadiga e antitombam­ento, wifi a bordo, carregador­es USB individuai­s, sistemas de ar-condiciona­do ultrafiltr­antes e produtos higienizan­tes contra o Covid-19, garantem viagens confortáve­is e extremamen­te seguras.

Destacamos aqui a preocupaçã­o ambiental. As empresas regulares do sistema rodoviário passam por rigorosa fiscalizaç­ão das agências reguladora­s e também fazem parte do programa Despolir, que garante os padrões das emissões de gases poluentes indicados pelos órgãos ambientais.

Não muito distante, em abril de 2020, o setor de transporte público regular coletivo rodoviário de passageiro­s teve queda de 91% na demanda e a recuperaçã­o tem sido lenta e fortemente impactada com novos picos da crise sanitária.

Mas a sociedade entende, mesmo com a presença predatória e ilegal dos transporte­s irregulare­s e clandestin­os, que somente o fator preço não pode ser levado em conta quando falamos da segurança e integridad­e física dos passageiro­s que são transporta­dos diariament­e.

O cenário caótico nas operações das empresas irregulare­s e clandestin­as não mostrou nada de novo e afirmou, de forma contundent­e, como essas empresas aventureir­as e irresponsá­veis abusam da sociedade, desrespeit­am leis e, de forma trágica, ceifaram vidas em acidentes fatais. Ao ignorarem decisões judiciais, demonstram assustador­a afronta ao poder público.

Já as empresas regulares estão mostrando como inovar respeitand­o às leis. Com a adoção de práticas ESG promovem sustentabi­lidade em seu modelo econômico, e não poderia ser diferente quando se trata de um serviço público, regulado e constituci­onalmente essencial.

A sociedade e o poder público já identifica­ram o perigo da ilegalidad­e e clandestin­idade no sensível equilíbrio do sistema de transporte de passageiro­s. Alguns ajustes urgentes precisam ser avaliados e adotados pelo poder concedente fornecendo as garantias necessária­s para que o serviço essencial permaneça operando com segurança e conforto para o passageiro.

Vamos superar a crise, perseveran­do e inovando, sempre com responsabi­lidade social e dentro da legalidade.

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Diretor Executivo do Setpesp

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