O Estado de S. Paulo

Segmentos nacionais ainda relatam falta de material

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A melhora nos gargalos de produção da indústria, vista nos últimos meses de 2021, não é generaliza­da, mostra uma análise das respostas sobre dificuldad­es para obtenção de insumos na Sondagem da Indústria da Fundação Getúlio Vargas (FGV), feita por pesquisado­res do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE/FGV) e obtida pelo Estadão.

Algumas atividades ainda são mais afetadas do que outras, assim como alguns insumos apresentam mais problemas. A escassez de plástico e componente­s eletrônico­s, por exemplo, piorou entre junho e outubro do ano passado. “Quando começaram os problemas de abastecime­nto, em 2020, já começamos a notar dificuldad­es maiores pra bens duráveis”, afirma Viviane Seda, coordenado­ra das Sondagens do IBRE/FGV.

Além disso, as empresas de menor porte estão sofrendo mais, como era esperado. Pelos dados da Sondagem da Indústria da FGV, a proporção de entrevista­dos relatando dificuldad­es para obtenção de insumos necessário­s à produção caiu de 55,5%, em novembro de 2020, para 42,5% em outubro passado, na média. Só que, entre as pequenas e microempre­sas (com até 99 empregados), a proporção foi de 53,7% em outubro.

Pequenas confecções de Nova Friburgo, cidade da região serrana do Rio que abriga um polo produtor especializ­ado em moda íntima, sentem a escassez na pele, conta Marcelo Porto, presidente do Sindvest, entidade que representa a indústria do setor no local.

Mais do que a falta de material, o grande problema é o encarecime­nto dos insumos. A restrição de oferta só no foi pior porque a demanda esfriou. “A população não teve poder de compra. Estamos vivendo um momento de arrocho”, resume Porto. •

V.N.

Gargalo Pequenas empresas sofrem mais com falta de matéria-prima, aponta levantamen­to do IBRE/FGV

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