Polícia vê ‘inflação do crack’, com pedras saltando de R$ 20 para R$ 50
A Polícia Civil de São Paulo acredita que houve uma “inflação do crack” na Cracolândia nos últimos meses. Na madrugada da última quarta-feira foi realizada uma megaoperação na Praça Princesa Isabel que resultou na prisão de sete pessoas suspeitas de participar do tráfico de drogas.
“Começamos (as investigações) com a pedra custando R$ 20, e tivemos notícia recentemente da pedra custando R$ 50 na Praça Princesa Isabel, justamente pela pressão policial”, explicou o delegado Roberto Monteiro, da 1.ª Seccional Centro.
A polícia estima, com isso, que somente um dos tabletes apreendidos na quarta-feira custaria por volta de R$ 800 mil. Segundo a polícia, foram apreendidos ainda dois simulacros de arma de fogo, 19 balanças de precisão, facas, entre outros objetos. Ao menos uma barraca suspeita de receptação foi desmantelada. Ela seria usada, de acordo com a polícia, para que traficantes recebessem objetos roubados, como celulares, e fornecessem drogas em troca aos usuários.
“Também tivemos uma apreensão de uma grande quantidade de documentos, RGs, CPFs, título de eleitor”, destacou Monteiro. “Esses documentos são vendidos por traficantes. Podem ser usados para a abertura de contas correntes, essas contas que são usadas para o encaminhamento inclusive de valores através de transferências por Pix, nesses golpes que são praticados hoje em dia depois da subtração dos celulares.”
Levantamento feito pelo Estadão aponta que os roubos estão em alta em bairros nobres e na região central da cidade. Em alguns casos, os prejuízos podem ser multiplicados justamente por transferências via Pix, ferramenta de pagamento instantâneo do Banco Central.
Conforme o delegado, o tráfico de drogas na região central da capital funciona com uma estrutura hierárquica, que conta com os seguintes membros: traficante (conduz o tráfico na área), auxiliar do traficante (dá apoio para operacionalizar as transações), travessia (leva as drogas dos hotéis do entorno para as mesas colocadas embaixo das tendas), disciplina (responsável
Prisões
Sete pessoas suspeitas de participar do tráfico de drogas na região foram detidas
por ajudar o traficante a manter a ordem no espaço no fluxo) e armadores (que eram os que montavam e desmontavam as barracas do tráfico). •