Depois do BC, servidores do Tesouro podem iniciar greve
Funcionalismo Pressão por aumento
Depois dos funcionários do Banco Central (BC), em greve desde o dia 3, os servidores do Tesouro Nacional podem também paralisar as atividades. A categoria decidiu ontem, em assembleia, que vai parar na próxima terça-feira, para decidir os próximos passos da mobilização. Às 14h desse dia, nova assembleia definirá se será decretada uma greve.
Na terça-feira, também cruzarão os braços os analistas de comércio exterior e os especialistas em políticas públicas e gestão, além da carreira de planejamento e Orçamento.
Os servidores do BC pleiteiam um reajuste salarial de 28%. O BC chegou a enviar ao Ministério da Economia um pedido de aumento de 22% para seus técnicos e analistas, de 69,6% para os diretores e de 78,53% para o presidente da autarquia. Sob pressão, o BC retirou a solicitação no mesmo dia. Segundo o BC, o motivo do recuo foram “inconsistências” no texto. A reportagem apurou que a proposta causou mal-estar no Ministério da Economia.
ANALISTAS DE COMÉRCIO. Segundo o presidente da Associação de Analistas de Comércio Exterior (AACE), Guilherme
Rosa, a categoria está em operação-padrão desde 2 maio e a mobilização tem afetado diversas atividades.
Além da paralisação de terça-feira, a categoria cruzará os braços no dia 24 e fará nova assembleia no dia 27 para definir os passos seguintes.
“Houve atraso na divulgação dos dados da balança comercial e na emissão das licenças de importação, com um atraso de 15 dias. As licenças eram expedidas em até um dia. Isso acaba represando importações diárias de US$ 100 milhões”, disse Rosa. “A gente espera alguma negociação com o governo. Nossa principal queixa é de que não há nenhuma negociação. Estamos preocupados com a atratividade no serviço público. O governo permite um processo inflacionário acelerado para garantir superávit orçamentário. Mas os servidores públicos pagam a conta.” •