O Estado de S. Paulo

Campanha de Bolsonaro quer destacar mais porta-vozes além de Flávio

- COM JULIA LINDNER E GUSTAVO CÔRTES

Acampanha do presidente Jair Bolsonaro quer novos porta-vozes para falar com os diferentes setores por avaliar que Flávio Bolsonaro (PL-RJ) tem sido o único na função e está sobrecarre­gado. Aliados do presidente dizem que o PT, partido do rival Lula, tem representa­ntes para falar com operadores do mercado financeiro e diferentes segmentos sociais. Já a campanha de Bolsonaro não vem conseguind­o atender a convites de eventos, nem marcar posição. A intenção é abrir diálogo até com ONGs, que já foram criticadas pelo presidente. A proposta para dividir tarefas foi levada na última semana ao conselho que elabora a campanha do presidente, que pretende destacar pessoas de acordo com a sua área de atuação.

QUEM?

Um dos nomes citados como exemplo é o de Tereza Cristina (PP-MS) com o agronegóci­o. A campanha de Bolsonaro tem sido errática até para indicar emissários para discutir debates eleitorais, e não necessaria­mente por falta de interesse, mas de representa­ntes.

NÃO DECORATIVO.

A desenvoltu­ra do general Braga Netto na política tem animado aliados a destacá-lo para missões não apenas nos bastidores. Dizem que um general quatro estrelas é um promotor qualificad­o do presidente e pode ajudar a convencer Bolsonaro a se manter longe de temas que “não agregam votos”, como ataques às urnas eletrônica­s.

CARNE.

Bolsonaris­tas também querem que a campanha comece a mostrar o lado “mais humano” do presidente, explorando imagens dele com crianças nas viagens desta pré-campanha, além de discursos que possam conquistar também as eleitoras.

CORRE.

A convocação às pressas de Arthur Lira (PP-AL) para que deputados fossem ao plenário votar no 1º turno da PEC Kamikaze, na última terça, após falha no sistema, pegou de surpresa os que já tinham saído de Brasília após marcar presença e expôs prática comum na Câmara nos dias que antecedera­m o recesso parlamenta­r.

PRESENTE.

Deputados marcavam presença e em seguida viajavam para cumprir compromiss­os eleitorais em seus Estados. Pelas regras, eles podiam votar à distância desde que antes marcassem presença pessoalmen­te. Isso garantiu quórum em votações relevantes.

FUI.

Um dos ausentes na terça foi Fernando Coelho Filho (União-PE), que viajou para Pernambuco horas após marcar presença. João Bacelar (PL-BA), Alceu Moreira (MDB-RS) e Celso Maldaner (MDB-SC) também já tinham partido.

TIME.

Em reunião de Fernando Haddad (PT) com membros do PSB na última semana, ficou decidido que até 15 de agosto o petista terá seis agendas com Márcio França (PSB), seu pré-candidato ao Senado – duas delas em São Paulo e quatro no interior. As datas ainda não foram definidas.

TIME 2.

A chapa quer viabilizar a participaç­ão de Geraldo Alckmin na campanha de Haddad na maior parte dos compromiss­os, mas depende de conciliaçã­o com a campanha de Lula.

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