O futuro depois das eleições
Oresultado do primeiro turno das eleições parece já estar decidido. A divulgação contínua de pesquisas indica apenas mudanças discretas. Bolsonaro e Lula estarão no segundo turno daqui a pouco mais de três meses.
Quem vencerá? Lula mantém a liderança. Mas Bolsonaro tem usado os poderes executivos para destruir essa vantagem. As receitas iniciais superiores às despesas do governo foram transformadas em gastos crescentes – e, às vezes, encobertos. Também cresce o temor de possível violência por parte de seus apoiadores conforme se aproxima o aniversário de 200 anos da Independência, em 7 de setembro. A relutância em aceitar uma vitória de Lula é mesmo preocupante.
Existem diferenças políticas significativas entre os candidatos. Os eleitores devem ter pouca dificuldade em fazer uma escolha.
Em termos econômicos, por exemplo, o atual governo se comprometeu a voltar para um estilo de governança de livre iniciativa. A estratégia econômica do PT muda de direção no presente para um papel mais significativo de decisão e gestão governamental.
São essas diferenças ideológicas que levaram muitos no Brasil a apoiar uma longa lista de outros candidatos dispostos a escolher uma postura mais pragmática. Porém, cada um deles, apesar da resposta inicial favorável, foi perdendo força. Nenhum conseguiu unir uma gama necessária de apoiadores no País.
O que deve acontecer agora? Aqui está uma lista simples com três possibilidades.
A primeira é a ampla participação nas eleições. Esta eleição não é meramente presidencial. Governadores, alguns senadores e todos os deputados do Congresso devem ser escolhidos. A gestão pública exige escolhas após as eleições que variam dependendo dos votos para os demais cargos. Os papéis dos presidentes do Senado e da Câmara são bastante importantes na avaliação de alternativas.
A segunda envolve alguns objetivos econômicos. O Brasil precisa mais de simplificação do que de multiplicação: um valor maior de poupança interna, um maior compromisso com o comércio internacional e, principalmente, acesso ao avanço tecnológico global; além de um compromisso com uma melhor educação. Esses objetivos prometem uma continuidade positiva no desempenho futuro.
A terceira é a substituição de regra para alcançar a estabilidade fiscal. O limite de gastos anuais do governo não é mais crível. Talvez se possa ter um resultado melhor com um teto de dívidas como o dos EUA. Isso daria ao Congresso mais poder, ao mesmo tempo que limitaria o do Executivo.
Começar a pensar no futuro após as eleições já é uma necessidade. Talvez alguém finalmente acerte.
Começar a pensar no futuro do País após as próximas eleições já é uma necessidade