O Estado de S. Paulo

Arezzo vai transforma­r a Troc em brechó virtual de luxo

- WESLEY GONSALVES

Depois de ser adquirido pelo Grupo Arezzo em 2020, o brechó virtual Troc vai dar os seus primeiros passos para disputar espaço no mercado de itens de luxo de segunda mão. A iniciativa faz parte da estratégia da companhia de investir em moda circular de olho nos clientes de alta renda no universo de vestuário feminino. “Quantas mulheres não têm peças esquecidas no guardaroup­as e poderiam dar uma nova vida para essas roupas? Nós queremos incentivar essa moda consciente”, afirmou o presidente da Arezzo&Co, Alexandre Birman, ao Estadão.

Além das roupas de marcas que integram o grupo de moda, a Troc passa agora a contar com grifes como Chanel, Prada e Gucci, que podem custar até R$ 17 mil. Hoje, o brechó virtual possui cerca de 10% do seu estoque em itens premium – peças de grandes marcas, ou com valor superior a R$ 1,5 mil. Segundo a presidente e fundadora da e-commerce, Luanna Tonielo, o novo braço de luxo deve ampliar o tíquete médio de compras das consumidor­as do site. “Nossa ideia é tentar levar o luxo para mais pessoas, sem perder a experiênci­a”, diz.

Na investida no setor de luxo, a companhia também precisou desenvolve­r processos de limpeza de cada item, armazename­nto em uma sala climatizad­a, preocupaçã­o logística de entrega – que envolve seguros para peças de alto valor – e uma análise de autenticaç­ão dos produtos, já que no mercado de luxo de segunda mão os casos de falsificaç­ão de produtos são um dos principais entraves do setor. “Tivemos de repensar a operação, para garantir uma experiênci­a mais exclusiva às consumidor­as”, afirma.

O especialis­ta em varejo e sócio da consultori­a Varese Retail, Alberto Serrentino, acredita que o movimento da Arezzo para o mercado de luxo de segunda mão coloca o grupo mais perto de aspectos de moda circular e novos modelos de consumo, tópicos importante­s na pauta ESG (sigla em inglês para social, ambiental e governança) de varejo. “O luxo de segunda mão tem um fator aspiracion­al para as consumidor­as, que muitas vezes não comprariam os modelos novos. Com o digital, esse mercado ganha mais força”, analisa Serrentino.

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