Indicação do União Brasil para a vice de Rodrigo Garcia gera crise no partido
Ao indicar Geninho Zuliani para a vice de Rodrigo Garcia (PSDB), o União Brasil abriu um racha dentro do próprio partido. Na política desde 1998, o deputado Eli Corrêa Filho alega que Zuliani é parlamentar de primeiro mandato e pleiteia a vaga – ele chegou a procurar Milton Leite e Rodrigo Garcia para reclamar. Zuliani, porém, tem como ativo a proximidade com Garcia. Eles trabalharam juntos no governo paulista e também militaram juntos no DEM. Tanto no União quanto no MDB, que concorre pela vice, a indicação de Zuliani foi vista como uma ação patrocinada pelo governador, com o objetivo de ter um nome que lhe permita manter o controle de São Paulo mesmo que, em 2026, deixe o cargo por outra candidatura.
• DESAGRADO. Pelos laços com Garcia, Zuliani é tratado como favorito nessa disputa, mas o MDB já avisou que não aceita o arranjo e reivindica a vice. Outros aliados, fora das três siglas, se queixam do perfil de Zuliani, que assim como Garcia é do interior, o que não ajuda a conquistar votos na capital.
• SURPRESA. Preterido por Jair Bolsonaro na disputa pela vaga ao Senado por Minas Gerais, o ex-ministro Marcelo Álvaro Antonio (PL) usava o slogan de “pré-candidato a senador do Bolsonaro em MG” nas redes sociais até ontem.
• FILME. O anúncio da candidatura dele chegou a ser feito por Flávio Bolsonaro. Mas quem representará o bolsonarismo ao Senado em Minas será Cleitinho (PSC). Aliados do presidente dizem que ele temeu associação com o escândalo dos laranjas protagonizado por Álvaro Antonio.
• À ESQUERDA. Para fazer frente a Alessandro Molon (PSB), o pré-candidato do PT ao Senado no Rio, André Ceciliano, abriu diálogo com setores mais à esquerda no Rio, como artistas, intelectuais e integrantes de movimentos sociais, mais simpáticos à candidatura do rival.
• ZIRIGUIDUM. Com a ajuda de Benedita da Silva (PT-RJ), se reuniu com militantes do movimento negro e participou da Marcha das Mulheres Negras. Ele também se encontrou com intelectuais reunidos pelo economista Nelson Le Cocq, e planeja ainda encontros com artistas do samba, usando como ponte a interlocução que já tem com as escolas de samba.
• CORPO FECHADO. Na frente oposta, a produtora Paula Lavigne prepara um show no Circo Voador no dia 31 para arrecadar recursos para a campanha de Alessandro Molon.
• CARTA. Antes de confirmar se Lula vai comparecer aos debates eleitorais, petistas dizem esperar uma notificação formal dos veículos de comunicação, informando que se reuniram em grupos para viabilizar a presença dele e de Jair Bolsonaro nos programas.
• CARTA 2. Os debates serão avaliados um a um – os aliados de Lula dizem que querem opinar também sobre as regras dos embates. A presença de Lula na bancada do Jornal Nacional é considerada bastante provável.