Bolsonaro afirma que Fux deveria ser investigado por defender urnas
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), ontem. O chefe do Executivo disse que o presidente da Corte, Luiz Fux, deveria ser investigado no inquérito das fake news por ter defendido as urnas eletrônicas, acusou Alexandre de Moraes de tentar incriminá-lo e chamou Luís Roberto Barroso de “criminoso” por, segundo ele, ter articulado com parlamentares a rejeição ao voto impresso.
“Fux está no mínimo equivocado ou é fake news. Deveria o Fux estar respondendo no inquérito do Alexandre de Moraes (das fake news), se fosse um inquérito sério”, declarou Bolsonaro à rádio Guaíba, de Porto Alegre. “Inquéritos do Alexandre de Moraes são completamente ilegais, imorais. É uma perseguição implacável, a gente sabe o lado dele”, disse o presidente.
No Twitter, Barroso rebateu Bolsonaro. “Mentir precisa voltar a ser errado de novo. Foi a própria Câmara que derrotou a proposta de retrocesso. Mas sempre haverá maus perdedores”, disse o ministro.
CARTA. Bolsonaro também criticou a carta em defesa da democracia, documento organizado pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em reação aos seus ataques ao sistema eleitoral brasileiro. “Pessoal que assina esse manifesto (pró-democracia) é cara de pau, sem caráter”, disse Bolsonaro à rádio. “Não vou falar outro adjetivo porque sou uma pessoa educada.”
Luiz Antonio Marrey, procurador de Justiça do Ministério Público de São Paulo e um dos organizadores do manifesto, respondeu ao presidente. “A carta defende o regime democrático. Só pode ser contra uma manifestação em defesa da democracia quem possa ter hostilidade a essa forma de organização político-constitucional”, disse Marrey ao Estadão.
À noite, em entrevista ao SBT, Bolsonaro disse que não precisa assinar o manifesto pela democracia organizado pela Fiesp, que deve ser lido em 11 de agosto com outro documento, de teor semelhante, organizado pela Faculdade de Direito da USP. “Essa carta é política, não preciso dizer se sou democrático ou não”.
Bolsonaro disse ainda que “a princípio” a ideia é comparecer aos debates, mas condicionou
Manifesto
Presidente criticou signatários de carta pró-democracia: ‘cara de pau’ e ‘sem caráter’
sua participação à presença de seu principal adversário, o expresidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). •