O Estado de S. Paulo

Bilionário Juca Abdalla tentará ganhar força no conselho da Eletrobras

- FERNANDA GUIMARÃES

Dono de uma das maiores fortunas do País, o bilionário José João Abdalla Filho – ou Juca Abdalla – é um dos grandes investidor­es individuai­s do País. Aos 77 anos, ele nunca é visto nas rodas da elite carioca. Recluso, de poucos hobbies, muito discreto e distante dos luxos comuns a quem tem bilhões de reais, é o nome por trás do Banco Clássico, e hoje o maior acionista individual brasileiro da “nova” Eletrobras, atrás da gestora 3G Radar.

A posição de força de Abdalla, já antiga na ex-estatal, foi mantida sem que o bilionário precisasse colocar a mão no bolso para novo investimen­to. Seus 3% do negócio valem hoje mais de R$ 3 bilhões. “Ele achou que não era necessário um novo investimen­to”, disse uma fonte. Na assembleia de acionistas da elétrica, marcada para sexta-feira, Abdalla deve ganhar ainda mais poder. também tem um único cliente: o próprio Abdalla. A sede do Banco Clássico fica em um edifício antigo, no centro do Rio.

O advogado de Juca Abdalla, Leonardo Antonelli, afirmou ao Estadão que o conselho de administra­ção é sempre o foco do bilionário. “O senhor Abdalla tem um mantra que ele repete: ‘É o dono no conselho de administra­ção’. Coerente com esta orientação, ele avalia e indica colaborado­res para integrar as mais diversas administra­ções”, disse.

Na carteira de investimen­to, aparece uma preferênci­a pelas empresas do setor energético e estatais, em geral boas pagadoras de dividendos. Engie, Cemig e Kepler Weber são algumas das ações selecionad­as.

VIDA PESSOAL. Solteiro, Abdalla mora em Ipanema, no Rio. Apesar da fortuna, seu apartament­o não é à beira-mar. Vive distante dos luxos tradiciona­is proporcion­ados pelo dinheiro. Dirige um Suzuki Jimny (jipe que custa hoje a partir de R$ 137 mil), carro que substituiu seu Up!, da Volkswagen.

Entre banqueiros e empresário­s, todos já ouviram falar do empresário, mas poucos o viram pessoalmen­te. Mesmo entre os conselheir­os da Petrobras, com os quais passou a interagir, a leitura é de que ainda é difícil de opinar, já que só foram três reuniões do grupo desde sua eleição.

Juca Abdalla é apontado como o detentor da 15.ª maior fortuna do País, estimada em R$ 13 bilhões, à frente de nomes conhecidos como Abílio Diniz e Rubens Ometto. Sua fortuna teve origem com a herança vinda do pai, JJ (de João José) Abdalla, morto em 1988, que também atuou na política. A herança deixada pelo pai deu um salto nas mãos de Juca. •

Dono do Banco Clássico, empresário investe em diversas empresas, incluindo a Petrobras, e busca agora ampliar influência na ex-estatal

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PEDRO KIRILOS / ESTADÃO-15/6/2022 Sede do Banco Clássico, de Abdalla, fica em prédio no centro do Rio

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