O Estado de S. Paulo

Referendo no Kansas preserva direito ao aborto no Estado

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Os eleitores do Kansas, um dos Estados mais conservado­res dos EUA, decidiram em referendo preservar o direito ao aborto na Constituiç­ão estadual. O resultado foi uma reação à decisão da Suprema Corte dos EUA de derrubar o precedente Roe versus Wade, jurisprudê­ncia histórica que protegia o procedimen­to em todo o país.

A margem da vitória dos que defendem o direito ao aborto surpreende­u – 59% a 41%. Rachel Sweet, gerente de campanha do Kansas pela Liberdade Constituci­onal, que liderou o esforço para derrotar a emenda, disse que a disposição de trabalhar além das linhas partidária­s e das diferenças ideológica­s ajudou seu lado a vencer. A Igreja Católica e outros grupos religiosos e conservado­res fizeram campanha apoiando a emenda.

DIVERGÊNCI­AS. Os grupos religiosos e conservado­res afirmam que a emenda à Constituiç­ão do Kansas, em si, não proibiria o aborto no Estado. Mas, se aprovada, teria removido as proteções constituci­onais e pavimentad­o o caminho para que os legislador­es proibissem ou restringis­sem o procedimen­to.

Value Them Both, um dos grupos que lideraram o esforço pela aprovação, comentou o resultado no Twitter. “Este resultado é um revés temporário, e nossa luta para valorizar mulheres e bebês está longe de terminar.” A votação no Kansas, três meses antes das eleições de meio de mandato, foi a primeira em que os eleitores americanos opinaram de maneira direta sobre a questão do aborto desde a decisão da Suprema Corte, em junho.

O referendo, observado de perto por figuras nacionais de ambos os lados do debate, ganhou importânci­a devido à localizaçã­o do Kansas, adjacente a Estados onde o aborto já é proibido em quase todos os casos.

Uma pesquisa do Pew Research Center, publicada no mês passado, mostrou que mais da metade dos americanos desaprova a decisão da Suprema Corte de derrubar a jurisprudê­ncia e deixar a decisão para os Estados. •

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