O Estado de S. Paulo

Moradores denunciam armadilhas com veneno para pets na zona sul

Vila Mariana, área do Parque do Ibirapuera e Aclimação registram intoxicaçã­o de cães; Prefeitura alerta que a prática é crime

- ÍTALO LO RE MARCELA PAES

Donos de cachorros da região de Vila Mariana, Ibirapuera e Aclimação, na zona sul de São Paulo, estão preocupado­s com relatos sobre envenename­nto de pets na vizinhança. Em vídeo nas redes sociais, um homem mostra imagens de uma ração misturada ao que seria veneno de rato.

Grupos de moradores já colaram cartazes de aviso na região. Há suspeitas de ao menos uma morte de cachorro e de outra intoxicaçã­o por envenename­nto nesses locais, mas não há perícia sobre esses relatos. A Prefeitura diz que limpezas foram providenci­adas após as denúncias, mas não foi encontrado veneno.

Moradores ouvidos pelo Estadão relataram que um cachorro teria morrido após ser levado para passear na Praça Ayrton Senna. Segundo eles, um laudo técnico apontou morte por raticida, mas a reportagem não teve acesso ao documento. Os moradores disseram que a dona está abalada e prefere não se manifestar.

“Estamos buscando as imagens de câmeras de segurança da região para ver se conseguimo­s identifica­r quem está colocando o veneno”, disse Priscila Tapia, moradora da região que faz parte da Vizinhança Solidária da Vila Mariana.

QUEIXA. Na Praça Rosa Alves da Silva, o designer gráfico Nicholas de Andrade, de 30 anos, conta que seu pet, Átila, de 1 ano e 3 meses, começou a sentir sintomas após um passeio de rotina no local no começo da semana passada. “A gente já teve outros perrengues com ele, mas nada se compara ao de agora. Não queria beber água, não queria comer, o que não é o natural”, conta Nicholas. “Vomitou umas três ou quatro vezes e teve diarreia”, relatou.

Ele levou o cão ao veterinári­o, mas o laudo sobre o possível envenename­nto ainda não saiu, mas diz que a suspeita principal é de ser raticida. Após ser medicado, o cachorro foi melhorando aos poucos. “Voltou a ser o cachorro curiosinho que ele é”, disse. Nicholas pretende reunir os exames e registrar um boletim de ocorrência sobre o caso.

Relatos de moradores dos arredores do Ibirapuera indicam que as primeiras armadilhas com veneno começaram a ser observadas na Praça Rosa Alves da Silva, misturadas em ração para cachorro e em frutas. “Na terça-feira, dia 26, recebi vídeos dos venenos dentro de uma chuteira (abandonada na praça), perto de brinquedos dos cães e relatos de que havia veneno nas frutas também”, disse a gerente comercial Amanda Cammarota, de 29 anos. Ela trabalha perto da praça e leva os cachorros Espeto, de 3 anos, e Fina, de 1 ano, ao local nos fins de semana.

CRIME. A Prefeitura informou que não foram identifica­dos indícios de veneno até agora, mas diz ter intensific­ado as ações de zeladoria. Em nota, a Subprefeit­ura da Vila Mariana disse que reforçou a zeladoria, com limpeza, lavagem com mangueira pressuriza­da e rastelo. “A Prefeitura reforça que maus-tratos contra animais é crime e deve ser denunciado à Divisão de investigaç­ão do Departamen­to de Polícia de Proteção à Cidadania pelo telefone (11) 3338-0155, ou no site www.webdenunci­a.org.br/depa”, orientou a pasta.l

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DANIEL TEIXEIRA/ ESTADÃO Harold Cappellina passeia com pets em praça na Aclimação

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