O Estado de S. Paulo

EUA travam venda de 220 lançadores de mísseis ao Brasil

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Um pedido das Forças Armadas do Brasil para lançadores de mísseis antitanque Javelin no valor de US$ 100 milhões está parado nos EUA há meses devido às preocupaçõ­es dos congressis­tas democratas com os ataques do presidente Jair Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro, segundo disseram fontes à agência Reuters.

O pedido de compra de 220 lançadores Javelin foi feito quando Donald Trump, aliado de Bolsonaro, estava na Casa Branca. O Departamen­to de Estado dos EUA aprovou a proposta no fim de 2021, apesar das objeções de algumas autoridade­s de baixo escalão, disseram à agência duas pessoas próximas ao assunto.

LIMBO. Segundo a Reuters, o acordo está em um limbo jurídico em razão das preocupaçõ­es de senadores e deputados democratas com os questionam­entos que Bolsonaro tem feito sobre a integridad­e das eleições no Brasil.

Os mísseis fabricados pelos EUA ganharam notoriedad­e em razão do uso pelas forças ucranianas contra blindados russos. “O pedido de compra do Brasil foi adiado, em um recado dos democratas a Bolsonaro e aos militares brasileiro­s”, diz a Reuters.

O governo de Joe Biden tem ficado cada vez mais em alerta com os comentário­s de Bolsonaro sobre as eleições. O secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, pediu “respeito à democracia do Brasil” em reunião regional de ministros da Defesa, em julho.

Antes disso, em visita ao Brasil, no ano passado, o diretor da CIA, William Burns, afirmou aos assessores de Bolsonaro que era preciso “parar de minar a confiança no processo eleitoral do País”.

Mas o presidente brasileiro continuou a questionar o sistema eleitoral. Em julho, ele reuniu embaixador­es estrangeir­os em Brasília para repetir teorias de que a urna eletrônica é passível de fraude. Ele também tem defendido uma contagem paralela à da Justiça Eleitoral, que seria realizada pelas Forças Armadas – o Estadão mostrou que os militares discutem como realizar uma apuração paralela utilizando boletins impressos pelas urnas eletrônica­s após o encerramen­to da votação. •

LIMITE.

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