O Estado de S. Paulo

Congresso aprova pacote de Biden para combater mudanças climáticas

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A Câmara dos Deputados dos EUA aprovou ontem um pacote de US$ 370 bilhões, o maior investimen­to da história em programas climáticos – uma vitória para o presidente Joe Biden. A medida, que inclui mudanças tributária­s e de saúde, ficou paralisada por desacordos dentro do Partido Democrata, mas foi aprovada a menos de três meses das eleições legislativ­as, em novembro.

Os democratas estavam prontos desde cedo para votar a medida na Câmara, onde eles têm maioria. Na votação de ontem, eles demonstrar­am a mesma unidade do domingo, no Senado, quando o pacote passou sem defecções e com o voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris. Espera-se que Biden assine a medida nos próximos dias.

A legislação chamada de Lei de Redução da Inflação injeta mais de US$ 370 bilhões em programas climáticos e de energia destinados a ajudar o país a reduzir as emissões de gases do efeito estufa em cerca de 40% abaixo dos níveis de 2005 até o final da década. O valor é saudado por especialis­tas como o maior investimen­to climático do Congresso de todos os tempos.

O projeto também estende por três anos os subsídios do programa de saúde federal, além de cumprir uma meta democrata de longa data de reduzir o custo dos medicament­os prescritos, permitindo que o Medicare negocie diretament­e os preços e limitando o custo desembolsa­do anualmente.

MUDANÇA.

O pacote deve ser financiado em grande parte por aumentos de impostos, incluindo um novo imposto sobre recompras de ações de empresas e um imposto mínimo de 15% para grandes corporaçõe­s. Análises iniciais da legislação descobrira­m que ela poderia reduzir o déficit americano em até US$ 300 bilhões ao longo de uma década.

O projeto fica muito aquém do Build Back Better Act, de US$ 2,2 trilhões, que a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, conseguiu aprovar em novembro. Esse projeto incluía mudanças muito mais substancia­is no código tributário, bem como bilhões de dólares para criar um programa federal de licença remunerada, fornecer apoio para a maioria das famílias com filhos e expandir moradia e educação pública.

O projeto morreu no Senado um mês depois, quando o senador Joe Manchin, da Virgínia Ocidental, um democrata centrista, o rejeitou como exorbitant­e. O produto final, no entanto, é uma vitória significat­iva para os democratas, que buscam argumentos para convencer os eleitores antes das eleições. •

AP e NYT

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