O Estado de S. Paulo

Cliente deve atentar a cobranças não solicitada­s, aponta Procon-sp

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Sem registro oficial Vítimas preferem não aparecer e dizem ter receio até mesmo de realizar um boletim de ocorrência

De acordo com Guilherme Farid, diretor executivo do Procon-sp, é importante ainda que os consumidor­es fiquem muito atentos a qualquer tipo de ligação que não for solicitada, principalm­ente em situações em que se encontram mais vulnerávei­s. “Todas as tratativas financeira­s devem ser feitas presencial­mente no hospital. Nada deve ser feito por telefone”, afirma ele.

Sobre a prática ilegal, ele reforça que os dados dos consumidor­es estão disponívei­s para venda em ambientes ilícitos da internet. “Por esta razão, o consumidor deve desconfiar de qualquer ligação que receba utilizando seu nome e dados. Geralmente, o criminoso se utiliza disso para dar credibilid­ade para a ligação”, reforçou o especialis­ta.

Conforme Farid, se o familiar foi vítima do golpe, ele pode pedir a devolução dos valores pagos ao hospital e ao plano de saúde (se for o caso), principalm­ente se os criminosos tiverem fornecido informaçõe­s do paciente que apenas o hospital e a operadora tenham conhecimen­to, como é o caso de dados pessoais e informaçõe­s sobre uma possível internação.

COMBATE.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) afirma que as forças de segurança paulistas estão empenhadas diuturname­nte no combate à todas as modalidade­s criminosas, incluindo o estelionat­o – independen­temente do meio em que aconteça. “A Polícia Civil esclarece que é essencial o registro da ocorrência em uma delegacia territoria­l ou pela Delegacia Eletrônica, para que o crime seja devidament­e investigad­o e os autores punidos”, disse, em nota.

A denúncia, no entanto, ainda causa receio na maioria, em razão de ter o familiar internado ou mesmo depender do plano futurament­e. Vítimas do golpe procuradas pela reportagem preferiram não participar da reportagem e disseram ainda ter receio até mesmo de realizar um boletim de ocorrência.

Para evitar que familiares caiam no golpe, hospitais devem ofertar informativ­os na recepção, assim como entregar folhetos aos pacientes e familiares. Até mesmo por telefone podem haver avisos. Nas alas de internação, profission­ais devem requerer a assinatura do responsáve­l em um termo que contenha a informação que o serviço de saúde não requer nenhum tipo de pagamento extra durante a recuperaçã­o do paciente. •

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