O Estado de S. Paulo

Corinthian­s fecha negociação e será o único dono da arena de Itaquera

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O Corinthian­s será dono de 100% da Neo Química Arena. O clube paulista avisou na quinta-feira ao Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica (Cade) que está concluindo a negociação para comprar as partes da Odebrecht e da Jequitibá Patrimonia­l e assumir inteiramen­te o estádio. A informação foi publicada inicialmen­te por Lauro Jardim, colunista de O Globo, e confirmada pelo Estadão. Será pago um valor simbólico às empresas.

Há duas semanas, o clube assinou acordo com a Caixa Econômica Federal e a Odebrecht para a quitação do empréstimo realizado para a construção da Neo Química Arena. A dívida é de R$ 611 milhões e será paga em 20 anos. Segundo apurou a reportagem, o acordo permite que o estádio seja 100% do Corinthian­s.

O clube conseguiu todas as aprovações e agora depende de prazos da Justiça para a homologaçã­o da recuperaçã­o judicial da Odebrecht para então ficar com a parte da empresa. A agremiação, cabe lembrar, não tem controle ou ingerência sobre esses prazos.

CONDIÇÕES.

O Corinthian­s, inicialmen­te, começaria a pagar a dívida com a Caixa já em 2022, mas no novo acordo dará início ao pagamento dos juros apenas no ano que vem. Serão R$ 300 milhões provenient­es da negociação dos naming rights com a Neo Química e os outros R$ 311 milhões em parcelas anuais de aproximada­mente R$ 16 milhões.

O novo acordo foi avaliado como muito vantajoso pelos conselheir­os corintiano­s, já que antes toda a renda do estádio era destinada à Caixa e o clube ficava sem receitas para contrataçõ­es. E a dívida ainda cresceu em quase R$ 1 bilhão.

Serão quase três décadas da assinatura do acordo para o empréstimo de R$ 400 milhões, feito em 2013, até o ano final do parcelamen­to, 2041.

A Odebrecht foi quem pagou toda a conta do estádio, que inicialmen­te estava orçado em R$ 820 milhões. Os custos passaram a R$ 985 milhões quando a arena foi definida como palco de abertura da Copa do Mundo de 2014. Com a correção para os dias de hoje, passou a custar algo em torno de R$ 1,6 bilhão. •

R.M.

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