O poder das criptomoedas no Brasil
Moeda digital ganha força entre investidores e expande possibilidades de uso no mercado brasileiro
Mais de 4,2 milhões de pessoas já investem em criptomoedas no Brasil, de acordo com o Raio X do Investidor Brasileiro realizado pela Associação Nacional das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Datafolha. Esse número representa cerca de 2% da população do País e tem crescido exponencialmente nos últimos anos.
Para se ter ideia, mesmo com a crise econômica provocada pela pandemia de covid-19, o mercado de criptos no Brasil apresentou números positivos. O Banco Central informou que somente em 2021 os investimentos em cripto chegaram a R$ 5,9 bilhões, sendo o maior volume anual desde 2017.
À medida que o número de pessoas adeptas às criptomoedas aumenta, surgem também oportunidades para expansão em outras áreas. Uma pesquisa da Crypto Literacy realizada no ano passado diz que um em cada quatro brasileiros está disposto a pagar por produtos e serviços usando as moedas digitais. Isso fez com que mais de 900 estabelecimentos no Brasil passassem a aceitar esses ativos em pagamentos, de acordo com a CoinMap.
Para Thales Freitas, CEO da Bitso Brasil, as criptomoedas chegam para somar e não competem diretamente com o Pix. “Vai ser uma forma de pagamento a mais. Diversos comércios já aceitam criptomoedas. E as empresas também estão adotando cada vez mais serviços cripto focados nas suas necessidades institucionais. Eu realmente acredito que em breve as criptomoedas farão parte do dia a dia das pessoas e das empresas.”
As vantagens de investir em criptomoedas vão além. Para os brasileiros, em especial, pode servir como reserva de valor como alternativa no atual cenário econômico. Também oferece a possibilidade de poupar em dólar digital, como forma de se proteger contra a inflação e desvalorização da moeda. Seu uso crescente pode até ajudar as empresas a habilitar novos negócios. Perfil dos brasileiros
Entre os brasileiros que poupam e investem dinheiro, ainda domina um perfil mais conservador. O levantamento da Anbima mostra que a poupança é a preferência nacional apesar de já não ser mais uma opção vantajosa. Mas, aos poucos, essa realidade está mudando.
Pesquisa da Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP), feita em parceria com o University Blockchain Research Initiative (Ubri) e a gestora Hashdex, aponta que metade dos investidores de criptomoedas começou a comprar e vender as moedas digitais entre os anos de 2020 e 2021.