O Estado de S. Paulo

Candidatos aproveitam viagens pagas pelo Senado para fazer campanha

- COM JULIA LINDNER E GUSTAVO CÔRTES

Os senadores Luis Carlos Heinze (PP-RS) e Jorginho Mello (PL-SC) usaram viagens pagas com verba da cota parlamenta­r para fazer campanha. Em 1º de julho, Heinze viajou a Igrejinha (RS) para promover sua candidatur­a ao governo do Estado na região. Ficou hospedado em um hotel por R$ 1.158 a diária e pediu reembolso ao Senado. “Ver de perto a mobilizaçã­o em torno do nosso projeto rumo ao Piratini é motivador”, disse Heinze na ocasião, nas redes sociais. Em 9 de julho, Jorginho Mello e assessores se hospedaram em São Miguel do Oeste (SC) às custas do Senado. Neste dia, o senador participou de ato do PL decorado com imagens da chapa eleitoral dele ao governo do Estado, junto com Jorge Seif Jr. e Jair Bolsonaro.

•MAIS. Heinze também recebeu reembolso de R$ 800 do Senado pela diária em um hotel na cidade de Cruz Alta (RS), no dia 17 de julho, ocasião em que fez novos atos como pré-candidato. Ao compartilh­ar fotos das reuniões nas redes sociais, Heinze explicitou o viés eleitoral da agenda. “Obrigado a todos vocês que se mobilizara­m a ouvir as nossas ideias (...) Trabalhare­mos por todos quando alcançarmo­s o Piratini.”

•AGENDA. Procurada, a assessoria de Jorginho disse que ele esteve em São Miguel cumprindo agenda parlamenta­r e que compareceu a diversos outros compromiss­os na ocasião.

•AGENDA 2. Já a assessoria de Heinze afirmou que, apesar do evento partidário, o senador se reuniu com prefeitos e lideranças locais para acolher demandas e prestar contas de sua atividade parlamenta­r.

•DEADLINE. Em encontro com membros do PP, na última quinta, Bolsonaro indicou que deve deixar para a reta final da campanha, em meados de setembro, a escolha sobre qual candidato apoiar nos estados em que possui mais de um aliado na disputa. O presidente admitiu dificuldad­es para se posicionar e disse que o cenário para ele é diferente do enfrentado em 2018, quando tinha menos alianças.

•SEGURA. Houve apelos para, se não for possível priorizar o partido, que ao menos Bolsonaro siga neutro por mais um tempo. E que, ao final, o presidente se baseie em pesquisas para definir seu favorito.

•LINHA MESTRA. O programa eleitoral de Lula na TV deve explorar a ideia de dualidade lançada pelo marqueteir­o Sidônio Palmeira. O intuito é opor o Brasil de Lula, com imagens de fartura, ao de Bolsonaro.

•COMO FAZ. O Internetla­b e o Redes Cordiais lançam nesta segunda um guia para influencia­dores digitais participar­em do debate eleitoral seguindo as regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

•MEDO. Rodrigo Pacheco ainda avalia se vai ao lançamento da campanha de Alexandre Kalil, seu aliado, em BH, no dia 18. A ideia é que o ato também vire um dos maiores da campanha de Lula. Pacheco teme ser atacado por bolsonaris­tas ao subir no palanque do petista.

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