Homem que atirou em Reagan quer ser músico
Em junho, John Hinckley Jr. foi liberado, após 41 anos, da vigilância das cortes e dos exames mentais. Com restrições brandas, ele não tem mais de notificar o tribunal quando viaja, pode acessar redes sociais, e-mail e usar seu nome comercialmente. “É um grande dia para mim”, disse.
Mas Hinckley, de 67 anos, o homem que atirou no ex-presidente Ronald Reagan, em 1981, percebeu que a liberdade é relativa. A notoriedade que o acompanha o impede de fazer o que mais gosta: tocar para uma plateia. No mesmo dia da suspensão de sua supervisão judicial, ele soube que uma casa de shows no Brooklyn, citando preocupações de segurança, havia cancelado um concerto com lotação esgotada, no qual ele apresentaria 17 canções de sua autoria.
Outros shows também foram cancelados por razões similares. A situação de Hinckley é incomum. Se ele fosse outro atirador, poderia ter deixado a prisão antes e se apresentado em qualquer casa de Nova York. Mas ele atirou em um presidente no exercício do cargo, em um secretário de imprensa, um policial e um agente do serviço secreto. Muita gente não quer vê-lo em liberdade. A Fundação Reagan criticou sua tentativa de iniciar carreira na música, afirmando que ele “quer lucrar com sua infâmia”. Patti Davis, filha de Reagan, protestou contra sua liberdade. “Narcisistas não sentem remorso”, disse.
Hinckley disse que está esperando as coisas se acalmarem. No mês passado, a Asbestos Records, um selo independente, aceitou lançar um álbum próprio. “Quando as pessoas escutarem minhas músicas, entenderão que a única coisa que quero é expressar uma vibe positiva.” •