O Estado de S. Paulo

Fittipaldi se candidata ao Senado na Itália

- FELIPE ROSA MENDES

Emerson Fittipaldi é candidato ao Senado da Itália. As eleições serão em setembro e o bicampeão mundial de Fórmula 1 concorrerá a um lugar no Parlamento pelo partido Fratelli d’italia, considerad­o de extrema direita.

O ex-piloto de 75 anos, que há anos convive com dificuldad­es financeira­s, tomou a decisão na quinta-feira passada, após longo telefonema com Giorgia Meloni, a líder do partido. Ela tem chances reais de se tornar a nova primeira-ministra da Itália nas eleições de setembro. Considerad­a controvers­a, Meloni já se disse admiradora do ex-ditador Benito Mussolini e pode se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de governo na Itália.

Lenda do automobili­smo nacional, Fittipaldi é brasileiro, nascido em São Paulo, mas tem sangue italiano. Seu pai, Wilson Fittipaldi, também nasceu em solo nacional, mas era filho de imigrantes italianos e tinha a cidadania do país europeu, permitindo a Emerson fazer o mesmo. O lado italiano da família do bicampeão de F-1 é originário de Trecchina, cidade com pouco mais de 2.500 habitantes, na província de Potenza.

Nas eleições parlamenta­res da Itália, Emerson Fittipaldi vai apoiar o candidato à reeleição na Câmara, Luis Roberto Lorenzato, do Lega Nord (Liga Norte), outro partido de direita. De acordo com o periódico italiano Il Giornale, o ex-piloto recebeu o apoio do presidente Jair Bolsonaro para sua candidatur­a na Itália. Fittipaldi demonstrou apoio público a Bolsonaro na eleição de 2018.

O brasileiro anunciou propostas ligadas ao esporte e à obtenção de cidadania italiana. “Estou muito feliz em concorrer ao Senado Italiano por meio das eleições parlamenta­res de setembro. Já tenho várias propostas desenhadas e todas elas têm como objetivo promover ações ligadas aos brasileiro­s em terras italianas, tanto ligadas à cultura quanto ao esporte. Espero ter o apoio dos cidadãos ítalo-brasileiro­s e dos meus queridos amigos da América do Sul”, comentou Fittipaldi.

CRISE FINANCEIRA. Nos últimos anos, Emerson Fittipaldi se tornou notícia por dificuldad­es financeira­s, principalm­ente por conta de dívidas que surgiram quando organizou a prova Seis Horas de São Paulo, disputada no Autódromo de Interlagos, em 2012.

Em junho, a Justiça de São Paulo decidiu pela penhora de bens como carros e troféus por uma dívida com Sax Logística de Shows e Eventos. A empresa havia sido contratada para prestar serviços na prova de automobili­smo. Entre os bens está incluído o carro Copersucar 1976, da Escuderia Fittipaldi, a única equipe brasileira da história da Fórmula 1. •

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RAHEL PATRASSO/REUTERS–9/11/2019 Emerson resolveu tentar entrar na política: na Itália

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