Oferta do IRB deve ficar em R$ 1,2 bi, mas investidores pedirão desconto por ações
Oanúncio de que o IRB Brasil Re avalia uma nova oferta de ações derrubou os papéis da resseguradora em 10%, maior queda da B3 ontem. A emissão deve ser da ordem de R$ 1,2 bilhão e será feita novamente para atender à necessidade de capital para aumentar a chamada suficiência regulatória, que a grosso modo indica a sustentabilidade de suas operações. O anúncio não foi exatamente uma completa surpresa. Nas divulgações de resultado, a resseguradora vinha sendo questionada sobre a necessidade de buscar recursos e os analistas já falavam dessa possibilidade. O cenário delicado causado pela reestruturação que a empresa passa desde 2020 foi agravado, neste ano, por números negativos no resseguro rural, afetados pela seca.
Capitalização é discutida desde janeiro
A oferta de ações pode acontecer ainda este mês, mas a possibilidade de aumento de capital é discutida internamente desde o começo do ano. Há alguns meses, Itaú BBA e Bradesco BBI, os bancos de investimento dos dois maiores acionistas do IRB, foram contratados para sondar a capitalização do grupo.
Acionistas devem participar da operação
De acordo com uma fonte, para emplacar a operação, será preciso um bom desconto em relação ao preço do papel, que começou o dia ontem cotado a R$ 2,15. Os maiores acionistas devem entrar na oferta. Em maio, a empresa teve prejuízo de R$ 273,1 milhões, revertendo lucro de R$ 7,5 milhões.
• SÃO PEDRO. De janeiro a março, a resseguradora foi afetada pelos pedidos de indenização no segmento rural, que saltaram 81,8%, para R$ 329,7 milhões no País. Segundo o IRB, as perdas vieram de culturas como a soja, e aconteceram principalmente na Região Sul do País e no centro-sul do Mato Grosso do Sul.
• CASCATA. O mesmo efeito foi visto nas seguradoras que operam no segmento, e que fazem um “seguro” de suas apólices com as resseguradoras.
• BUSCA. Este efeito chegou num momento de reestruturação. Desde a descoberta de fraudes, em 2020, o IRB busca uma exposição maior ao Brasil e a países da América Latina. O problema é que os contratos cancelados de lá para cá ainda geram pedidos de indenização, que a companhia é obrigada a atender porque, embora sejam feitos após o cancelamento, se referem a eventos ocorridos durante a vigência do contrato.
• EM CRISE. A resseguradora líder do mercado vê suas ações desabarem com a crise que abala a companhia. Os papéis que giram hoje em torno de R$ 2 chegaram a valer R$ 100, mas foram abatidos pela crise de imagem dos escândalos contábeis e as dificuldades para a retomada de bons resultados.
HISTÓRICO. Em 2020, o IRB levantou R$ 2,3 bilhões em uma emissão privada de ações, também para suprir necessidades de capital. À época, cada papel saiu a R$ 6,93, mais de três vezes o preço nesta segunda.
RAPIDINHO. A internet móvel de quinta geração (5G) começará a ser ativada em Curitiba, Salvador e Goiânia hoje com um número de antenas bem acima do nível mínimo exigido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) – assim como já aconteceu em Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, João Pessoa e São Paulo.
MÚLTIPLOS. Em Curitiba, os pedidos totais feitos por TIM, Vivo e Claro chegaram a 316 antenas, ou 4,4 vezes mais que o mínimo de 72 exigidas pela agência. Os dados foram adiantados pelo conselheiro Moisés Queiroz Moreira, responsável na Anatel por acompanhar a liberação para ativação do 5G.
ATRATIVO. A aceleração é uma estratégia das operadoras para causar uma boa impressão na clientela e, obviamente, faturar mais com isso. Por trás dessa iniciativa está o interesse em estimular a venda de planos mais caros. Como o 5G terá maior velocidade, a ideia é migrar os consumidores para os planos mais turbinados.
EXPLOSÃO. Há 19 anos no mercado livre de energia, Walter Fróes, presidente da comercializadora CMU, está acostumado a ver números se multiplicarem, mas ainda se espanta com as perspectivas da geração distribuída (GD). Em parceria com a Solatio, a empresa viu os contratos de GD em Minas Gerais subirem de cinco mil para 83 mil nos últimos oito meses. Até o fim do ano prevê que esse número aumente para 200 mil.
ROBUSTO. Em parceria com a Canadian Solar, a Solatio tem a maior planta fotovoltaica da América Latina. Desde 2019, a companhia já investiu R$ 4 bilhões na construção de seis usinas fotovoltaicas.