O Estado de S. Paulo

Presença de mulheres nas urnas é maior desde pleito de 2014

- NATÁLIA SANTOS GUSTAVO QUEIROZ

Um terço Ao menos 33,3% dos nomes inscritos nas urnas são de mulheres, segundo dados do TSE

Dados registrado­s no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontam que todos os partidos que disputam o pleito deste ano cumpriram o mínimo de 30% de candidatur­as femininas, cota prevista por lei, mas isso não significa que a proporção siga a do eleitorado brasileiro, que é de maioria feminina (53%).

Neste ano, o número de candidatur­as femininas atingiu a maior proporção da série histórica das eleições nacionais. Ao menos 33,3% dos nomes inscritos nas urnas são de mulheres. Entre os partidos, 13 ultrapassa­ram a média entre postulante­s mulheres e homens e dez ficaram mais próximos do piso permitido por lei. Os dados podem ser atualizado­s.

O Unidade Popular foi a única sigla que inscreveu mais mulheres do que homens (68,3% a 31,6%). PCDOB, PSTU, PSOL e PV também compõem o ranking das legendas mais bem colocadas, com mais de 38% de participaç­ão feminina. PRTB, Agir, DC, Novo e PMB são os que mais têm homens proporcion­almente.

Tanto os partidos quanto as federações – composição autorizada pela primeira vez em 2022 – precisam cumprir a regra eleitoral que obriga que candidatur­as femininas represente­m, no mínimo, 30% de todos os nomes indicados. A proporcion­alidade de gênero exigida pelo TSE vale também para o uso dos recursos do fundo eleitoral. Casos de irregulari­dades no cumpriment­o das cotas de gênero podem levar à cassação de bancadas, como ocorreu na Assembleia Legislativ­a do Paraná em julho deste ano.

PRETERIDAS.

Apesar de mais presentes nas urnas, as mulheres ainda são preteridas nas chapas para o Executivo e são delegadas aos cargos de vice. A maior proporção de mulheres candidatas em relação aos homens ocorre justamente nestas vagas. Elas ocupam 42% das candidatur­as de vice-presidente e 39% das de vice-governador. Nos dois casos, quase metade delas são negras.

Já a disputa por cargos-chave, como o de governador, é dominada por homens – são 185 postulante­s ante 38 candidatas. Em oito Estados, nem sequer há uma mulher concorrend­o ao Executivo estadual.

A eleição de 2022 deve registrar a maior proporção de candidatur­as femininas desde a redemocrat­ização. São 9.434 candidatas, valor 16,5% maior do que em 2018. Os números contrastam com o observado nas candidatur­as masculinas, que registrara­m aumento de 4,6% de uma eleição para outra. •

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil