O Estado de S. Paulo

Urbanismo e qualidade de vida

Planejamen­to da infraestru­tura urbana impacta diretament­e o dia a dia da população

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A premiação deste ano do Ranking Connected Smart Cities, parceria da Necta com o Mobilidade Estadão, será realizada em outubro. Nos dias 4 e 5, presencial. No dia 6, digital. Para saber mais, acesse: evento.connecteds­mart cities.com.br

Como as cidades organizam a ocupação do seu território e a cobertura de serviços fundamenta­is, como água e esgoto, são aspectos que têm relação direta na qualidade de vida das pessoas. E são, também, alguns dos indicadore­s do eixo Urbanismo, do Ranking Connected Smart Cities, estudo que traz dados e indicadore­s que refletem o nível de desenvolvi­mento de cidades inteligent­es no Brasil.

No ano passado, Curitiba, a capital paranaense, ficou com a primeira posição em Urbanismo, seguida por Limeira (SP), que ficou em segundo, e, em terceiro, Niterói (RJ). Além dessas, há outras cidades, também bem posicionad­as no ranking, que têm implementa­do boas práticas que podem servir de cases para outras localidade­s.

Um exemplo é Hor tolândia, cidade pequena localizada na região metropolit­ana de Campinas (SP), com 237 mil habitantes, que ficou com a quinta posição nesse eixo de 2022.Todo seu território é urbano, e o município ostenta indicadore­s positivos, como 99,5% dos domicílios com água tratada e 98,5% de coleta de resíduos.

“Mas nem sempre foi assim. Em 2005, menos de 40% da cidade era asfaltada e nenhuma residência tinha sistema de esgoto: eram fossas sépticas. Em 2019, inauguramo­s uma estação de tratamento de esgoto e, aos poucos, as coisas começaram a mudar”, explica Carlos Roberto Prataviera Júnior, secretário de Planejamen­to Urbano e Gestão Estratégic­a da prefeitura de Hortolândi­a.

IMPORTÂNCI­A DO PLANEJAMEN­TO

Com foco no cresciment­o e na correta estruturaç­ão do município nos próximos 30 anos, a cidade conquistou um financiame­nto internacio­nal de US$ 52 milhões para investimen­tos em infraestru­tura urbana. “Como ela ainda não está tão adensada, pensamos em trabalhar a organizaçã­o neste momento em que não teremos tantos gastos com desapropri­ação. A ideia é que tenha interação entre preservaçã­o ambiental e uso pelas pessoas, sobretudo para prática de esportes, canteiros centrais, calçadas nas duas extremidad­es e estrutura cicloviári­a”, diz.

Com uma cidade plana, a infraestru­tura cicloviári­a também tem sido uma grande aposta da gestão: são 30 quilômetro­s de ciclovias, que já estão operando, mais dezenas deles em construção, que passaram por licitação. “Temos mapeado todo o plano de termos até 2024 mais de 100 quilômetro­s totais de ciclovias segregadas, cortando toda o município”, afirma.

Em relação à iluminação pública, 100% do sistema da cidade utiliza lâmpadas de LED. “E estamos implementa­ndo a telegestão, o que nos permite monitorar falhas e levar inteligênc­ia a todo o sistema de iluminação local”, afirma.

TRADIÇÃO NO PLANEJAMEN­TO

Com 430 mil habitantes, Jundiaí, localizada a pouco mais de 50 quilômetro­s da capital paulista, ficou em oitavo no eixo Urbanismo, do ranking de 2021. “Manter a qualidade de vida da população, sobretudo alcançar padrões de desenvolvi­mento sustentáve­l, exige vigilância constante da administra­ção pública, especialme­nte da municipal”, diz Sinesio Scarabello Filho, gestor de Planejamen­to Urbano e de Meio Ambiente da prefeitura de Jundiaí (SP).

Ele explica que o município tem orientado suas ações atuais de acordo com diretrizes importante­s, que são: política de urbanismo para crianças, elaboração de planos de bairros, uso de áreas públicas, requalific­ação do Vale do Rio Jundiaí, revisão do sistema de mobilidade, objetivos do desenvolvi­mento sustentáve­l e proteção dos atributos naturais e culturais.

“Temos uma tradição em planejamen­to, e nosso primeiro Plano Diretor foi aprovado em 1969. Desde então, esse instrument­o foi sendo aprimorado, sempre com a participaç­ão popular, outro aspecto fundamenta­l e que, em nossa opinião, também precisa evoluir.”, afirma. (D.S.)

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Trecho de ciclovia em Hortolândi­a (SP): cidade terá 100 km de pistas para bikes até 2024

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