Congresso rejeita antecipar eleições gerais para dezembro de 2023
O Congresso do Peru rejeitou ontem antecipar as eleições gerais para dezembro de 2023. A antecipação da votação, prevista para 2026, é uma demanda de classes políticas e de movimentos sociais do Peru que realizam protestos diários desde a destituição e prisão do expresidente Pedro Castillo, no dia 7, após tentar um golpe de Estado.
A proposta para antecipar a eleição de abril de 2026 para dezembro de 2023 necessitava de 87 votos, mas obteve 49. Houve 33 votos contra e 25 abstenções, segundo a contagem oficial. Os deputados ainda discutem se as eleições serão antecipadas para 2024.
Desde que Castillo foi deposto e preso e a sua vice-presidente, Dina Boluarte, assumiu a chefia de Estado, milhares de peruanos foram às ruas para exigir a troca do Congresso – muito impopular – o quanto antes. Os manifestantes bloquearam estradas e aeroportos, atacaram sedes de instituições para pressionar as autoridades e bloquearam áreas turísticas. A violência entre os manifestantes e a polícia durante os protestos deixaram, até ontem, 18 mortos.
DIÁLOGO. O governo peruano declarou estado de emergência por 30 dias em todo o país em razão da violência, suspendeu os direitos constitucionais e enviou um projeto para as eleições ocorrerem em 2024.
A nova presidente pediu o diálogo aos manifestantes que exigem sua renúncia, o fechamento do Congresso e a convocação de uma Assembleia Constituinte. “Convoquei os líderes das igrejas católica, cristã e evangélica para montar uma mesa de diálogo em cada uma das regiões que se mobilizaram (...) Abriremos esses espaços para chamar as lideranças que encabeçam essas marchas para ouvir suas demandas e canalizá-las”, disse Boluarte.
Ela anunciou que visitará o interior do país para atender às reivindicações populares, mas não esclareceu para onde viajará nem quando o fará. •