O Estado de S. Paulo

Para Marrocos e Croácia, terceiro lugar não é apenas prêmio de consolação

Seleções buscam uma despedida positiva do Mundial, após campanhas de destaque que deixaram favoritos para trás

- RICARDO MAGATTI

Croácia e Marrocos se enfrentam pela segunda vez na Copa do Mundo do Catar em busca de uma despedida positiva para uma campanha memorável. As duas seleções decidem hoje, às 12h, (de Brasília), no Estádio Khalifa, quem será o terceiro colocado do Mundial.

Marroquino­s e croatas empataram sem gols na estreia. Ambos fizeram parte do Grupo F e avançaram em primeiro e segundo, respectiva­mente, deixando a favorita Bélgica pelo caminho.

Africanos e europeus encerram uma trajetória bem-sucedida no Catar, ainda que não tenham chegado à final. Vicecampeã em 2018, a Croácia não foi tão longe como na Rússia, mas novamente mostrou resiliênci­a, sobreviven­do a duas prorrogaçõ­es e derrubando a seleção brasileira nas quartas de final.

Pode ser a última partida em Mundiais do craque Luka Modric, com 37 anos. Pode porque ele é dúvida. O camisa 10 sofreu uma bolada no rosto durante o jogo com a Argentina e ficou atordoado por alguns instantes, antes de regressar ao gramado.

O técnico Zlatko Dalic sinalizou que é possível que Modric não jogue, o que poderia decretar o fim da história em Mundiais do cerebral meio-campista na seleção croata. A decisão ainda não foi tomada. O treinador espera que Modric continue ao menos até a Eurocopa de 2024, na Alemanha.

“Espero que ele esteja conosco”, desejou. “Mas isso depende de como ele se sente sobre o futebol e a seleção nacional. Tenho certeza de que ele vai, mas é uma decisão dele”, emendou. “Será uma pena para todos os torcedores do mundo se Luka se despedir da seleção. Ele exibiu tanto bom futebol e se e mostrou um profission­al de ponta.” A Croácia já tem um bronze, conquistad­o em 1998 pela geração liderada pelo craque Davon Suker.

SENSAÇÃO. Primeiro africano e árabe a alcançar uma semifinal, Marrocos vai concluir sua trajetória com uma campanha histórica, independen­temente do resultado de hoje. É considerad­o a sensação da Copa e tem sido celebrado por torcedores de todos os outros países. Com um futebol inteligent­e taticament­e, eliminou Espanha, Portugal e só caiu para a atual campeã França na semifinal.

Para o técnico Walid Regragui, sua seleção não vê a possibilid­ade de terminar em terceiro como um prêmio de consolação. Eles enxergam como a oportunida­de de estabelece­r Marrocos entre as primeiras seleções do futebol mundial.

“Se conseguirm­os o terceiro lugar poderemos entender que nosso objetivo de ganhar a Copa do Mundo no futuro não é tão louco para uma equipe africana ou para Marrocos”, afirmou. Para ele, “não é o fim da estrada”, mas o início de um caminho que pode ser glorioso num futuro não tão distante. •

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KARIM JAAFAR/AFP Marrocos busca hoje o terceiro lugar como forma de coroar a campanha histórica na Copa do Catar

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