Em 1988, recorde no Maracanã
Show de Tina Turner no Rio entrou para o ‘Guinness Book’, visto por pelo menos 180 mil pessoas
Atemporal Aos 60 anos, em 1999, ela lançou o álbum ‘Twenty Four Seven’; prometeu se aposentar, e não cumpriu
Em janeiro de 1988, Tina Turner fazia uma turnê pela América do Sul. Ela já tinha passado por Buenos Aires, na Argentina, Santiago, no Chile, e pelo Estádio do Pacaembu em São Paulo. Antes disso, havia passado o réveillon na Praia de Copacabana, e voltaria ao Rio semanas depois para um marco em sua carreira.
No dia 16 de janeiro, um sábado, a cantora se apresentou no Estádio do Maracanã para um público recorde. O show foi um marco em sua carreira – entrou para o Guinness Book, o Livro dos Recordes, por ter atraído uma multidão de pelo menos 180 mil pessoas, a maior apresentação de cantora solo para público pagante na época.
Além do marco de público, o show contou com outros momentos inesquecíveis, como a entrada de Tina Turner em um carro alegórico da escola BeijaFlor de Nilópolis e o famoso grito do Neguinho da Beija-Flor, que entoou um “Olha a Tina Turner aí, gente”.
Com luzes, fogos e muita emoção, a roqueira cantou seus clássicos como Addicted to Love, Private Dancer, We Don’t Need Another Hero e Paradise is here.
O show do Maracanã foi o apogeu da turnê Break Every Rule, iniciada em março de 1987, na Alemanha. Foram 132 cidades ao longo de 12 meses, no que havia sido anunciado como sua despedida, algo que só aconteceu 20 anos depois, em 2009.
ROCK IN RIO. O ano de 1985 marcou o período de ascensão de Tina Turner na música e também no cinema. Nesse ano, ela também estrelou Mad Max – Além da Cúpula do Trovão, o terceiro filme da franquia iniciada em 1979. Dirigida pelo australiano George Miller e com Mel Gibson como protagonista, o longa tem a cantora como a vilã Aunty Entity em um cenário pós-apocalíptico.
Embora tenha sido talvez a mais emblemática, não foi sua primeira atuação. Dez anos antes, ela havia conquistado o público com uma atuação fascinante como a Rainha do Ácido na versão cinematográfica de Ken Russell para Tommy.
Mad Max também lhe rendeu mais dois singles de sucesso, We Don’t Need Another Hero (Thunderdome) e One of the Living, que foi eleita a melhor performance vocal feminina de rock no Grammy em 1986.
Até chegar a esses marcos, Tina passou maus bocados. Depois do fim do seu casamento, sobrecarregada com dívidas, Tina lutou para construir uma carreira solo, aparecendo em cabarés de segunda linha até assinar com Roger Davies, o empresário de Olivia Newton-John, em 1979. Guiada por Davies, ela voltou ao estilo corajoso e hard rock que a tornou uma estrela do crossover e a impulsionaria nas próximas décadas como uma das artistas mais duradouras no palco. Depois de lançar o álbum
Twenty Four Seven em 1999, aos 60 anos e fazer uma turnê para promovê-lo, Tina anunciou sua aposentadoria. Não cumpriu – em 2008, depois de se apresentar com Beyoncé no Grammy Awards, ela embarcou em uma turnê internacional marcando seu 50º ano no mundo da música. Anunciou sua aposentadoria novamente alguns anos depois, mas permaneceu ativa de outras maneiras, como publicando seu segundo livro de memórias,
My Love Story.
“Minha música não soa datada; ainda está forte”, disse ela ao The Daily Mail em 2008. “Como eu.”