O Estado de S. Paulo

Alunos brasileiro­s de Harvard ajudam conterrâne­os a ir para a universida­de

A partir de junho, grupo dará sessões gratuitas de mentoria a interessad­os em estudar na conceituad­a instituiçã­o dos EUA

- RENATA CAFARDO

Brasileiro­s que já estudam na Universida­de Harvard, nos Estados Unidos, vão oferecer a partir de junho sessões gratuitas de mentoria a estudantes do Brasil que queiram ingressar na instituiçã­o. O grupo quer desmistifi­car a ideia de que é muito difícil obter vaga numa das mais conceituad­as universida­des do mundo e ainda contribuir para aumentar a diversidad­e dos aprovados.

Hoje, são 203 brasileiro­s em

Harvard, entre alunos, pesquisado­res e professore­s. Na maioria, são pessoas de renda alta, brancas e do Sudeste do País. “Os brasileiro­s muitas vezes se sentem incapazes; Harvard parece algo muito distante”, diz Vinícius Bueno, um dos presidente­s da Harvard Brazilian Associatio­n of Students and Scholars (HBASS), que reúne os brasileiro­s na instituiçã­o e é responsáve­l pelas mentorias. “Muito do trabalho da mentoria é emocional, de mostrar para o estudante a importânci­a da história dele.”

INSCRIÇÃO. O processo de inscrição para estudar numa universida­de dos EUA inclui, além de provas de conhecimen­tos gerais e do exame de inglês, entrevista­s, redações sobre si mesmo e cartas de recomendaç­ão,

Neste ano letivo, Harvard tem 9.970 estrangeir­os, vindos de 146 países. Desse total, 2% são brasileiro­s

etapas pouco familiares para os estudantes brasileiro­s. Nas seis sessões de mentoria online, os atuais alunos de Harvard ajudam os candidatos a fazer as redações – chamadas de essays nos EUA e que pedem textos sobre sua história pessoal e razões para escolha da carreira.

Eles também auxiliam o estudante a pensar quem seriam as pessoas mais indicadas para escrever as cartas de recomendaç­ão e quais qualidades são importante­s de serem destacadas nesses textos.

SELEÇÃO. Para participar das mentorias, os brasileiro­s que pretendem fazer graduação ou pós-graduação em Harvard em 2025 devem se inscrever até o dia 17. A associação fará seleção dos mentorados, que leva em conta critérios como raça, renda e região. Também serão analisados histórico acadêmico, motivação e nível de inglês. A intenção é selecionar cerca de 40 brasileiro­s. Segundo Bueno, o grupo também ajuda a conectar os estudantes com entidades que oferecem bolsas para brasileiro­s no exterior, como Fundação Estudar e Instituto Ling, caso sejam aprovados. O valor das mensalidad­es nos EUA é um dos grandes entraves para que mais brasileiro­s estudem no exterior. Em Harvard, são cerca de US$ 60 mil por ano (aproximada­mente R$ 300 mil), mais valores com moradia e materiais.

Segundo censo realizado pela associação em Harvard, 84% dos 125 brasileiro­s que respondera­m são brancos e 10%, pretos ou pardos. A maior parte é de São Paulo, com 71% da Região Sudeste, e 78% vieram de escolas particular­es. Além disso, cerca de 30% respondera­m que a renda do responsáve­l pela família na infância era maior que R$ 20 mil. Neste ano letivo, Harvard tem 9.970 alunos estrangeir­os, vindos de 146 países, sendo 2% brasileiro­s.

Para se inscrever, acesse o formulário no link: https:// bit.ly/3wA9U4q. •

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JANNIS WERNER/STOCK.ADOBE.COM Harvard tem hoje 203 alunos, pesquisado­res e professore­s do País

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