O Estado de S. Paulo

Cassação de Moro está pronta para julgamento no plenário do TSE

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O ministro Floriano de Azevedo Marques liberou para julgamento no plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os recursos que vão definir o futuro do mandato do senador Sérgio Moro (União BrasilPR). A movimentaç­ão ocorre uma semana após o processo ter sido distribuíd­o ao seu gabinete. O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, reservou as sessões de 16 e 21 de maio para o julgamento. Ele deixa a presidênci­a do tribunal no dia 3 de junho.

Os recursos foram apresentad­os pelo PT e pelo PL e serão julgados em conjunto. Os partidos tentam reverter a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) que absolveu o senador da acusação de abuso de poder econômico nas eleições de 2022.

O TSE tem competênci­a para analisar novamente as provas do processo, o que pode levar os ministros a decidirem na contramão da Justiça Eleitoral no Paraná. A Procurador­ia-Geral Eleitoral (PGE) defendeu a manutenção do acórdão, o que reduz a pressão sobre o senador e ex-juiz da Lava Jato.

AÇÕES. Moro responde por abuso de poder econômico, arrecadaçã­o ilícita e uso indevido dos meios de comunicaçã­o nas eleições de 2022. Ele nega irregulari­dades. O pano de fundo é sua frustrada pré-candidatur­a à Presidênci­a. O TSE precisa decidir se as despesas no período deixaram o ex-juiz em posição desigual em relação aos concorrent­es ao Senado.

Um dos pontos-chave do julgamento é o parâmetro que será usado para calcular os gastos de campanha. A definição sobre quais despesas seriam ou não de pré-campanha, para avaliar se houve ou não desequilíb­rio na eleição, é controvers­a. O critério dividiu os desembarga­dores do Paraná.

A natureza dos gastos também vai influencia­r a votação.

Os ministros precisam decidir se despesas que não estão diretament­e relacionad­as com a campanha para obter votos têm ou não caráter eleitoral. É

Data Presidente do TSE, Moraes reservou as sessões de 16 e 21 de maio para o julgamento

o caso, por exemplo, de valores desembolsa­dos com segurança pessoal e escolta. Outro ponto em aberto é se as despesas fora do Paraná, na pré-campanha a presidente, devem entrar no montante. •

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