Irmãos de armas
• Pós-ataque
Desde o ataque do Hamas, em 7 de outubro, o governo Biden tornou públicas duas grandes vendas militares a Israel. Em dezembro, Washington aprovou a entrega de quase 14 mil cartuchos de munição para tanques e equipamentos, no valor de US$ 106,5 milhões (cerca de R$ 547 milhões), e de projéteis de artilharia de 155 mm e equipamentos relacionados no valor de US$ 147,5 milhões (R$ 758 milhões). A Casa Branca contornou a aprovação do Congresso, invocando “autoridade emergencial”.
• Transações
Essas transferências representam apenas uma pequena parte da ajuda total. As autoridades dos EUA informaram o Congresso sobre mais de 100 transações que ficaram abaixo de um determinado valor em dólares exigido para notificação. Entre as armas vendidas estavam munições guiadas com precisão, bombas de pequeno diâmetro, foguetes destruidores de bunkers e outras ajudas letais, disseram ao Washington Post, em março, pessoas com conhecimento das reuniões.
• Uso em guerra
As armas fabricadas nos EUA têm sido utilizadas em Gaza desde 7 de outubro, embora não esteja claro quando elas foram compradas ou entregues. Analistas independentes disseram que muitas das armas usadas em Gaza parecem ser bombas de 1 mil ou 2 mil libras, como a Mark 84, que podem ser adaptadas com kits JDAM (Joint Direct Attack Munition) fabricados pela Boeing para se tornarem armas de precisão.
• Pré-ataque
Em março, o governo Biden autorizou a transferência de 1,8 mil bombas MK84 de 2 mil libras e 500 bombas MK82 de 500 libras. As transferências tinham sido aprovadas pelo Congresso há anos, mas não executadas. O Departamento de Estado também autorizou a transferência de 25 jatos de combate e motores F-35A, disseram autoridades americanas ao Post em março.
• Reserva
Os EUA mantêm uma reserva de armas em Israel, conhecida como Estoque de Reservas de Guerra para Aliados, desde a década de 90. Os militares retiraram os projéteis de 155 mm do estoque para enviar às reservas americanas na Europa após a invasão russa da Ucrânia, em 2022. Autoridades de defesa disseram que muitos dos projéteis armazenados foram redirecionados para Israel.