O Estado de S. Paulo

Banco da Inglaterra se junta a pares europeus e indica corte de juros

- GABRIEL TASSI LARA

Em decisão anunciada ontem, o Banco da Inglaterra (BoE) manteve os juros no patamar de 5,25%, enquanto prepara terreno para um possível corte em junho ou agosto – a depender das duas próximas leituras mensais de inflação. A decisão acompanhou a crescente guinada entre os bancos centrais da Europa em direção a uma política mais frouxa, em um movimento que amplia o contraste com o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que lida com uma inflação persistent­e no país.

Nesta semana, o Banco da Suécia (Riksbank) já havia reduzido os juros em 0,25 ponto porcentual, com a previsão de mais dois cortes ainda neste ano – mas analistas da Capital Economics preveem flexibiliz­ação ainda maior. Em paralelo a isso, dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) têm sinalizado que as taxas na Zona do Euro devem ser cortadas em seu próximo encontro, em junho, como amplamente precificad­o por analistas.

Agora, o Banco da Inglaterra reforçou que deve se juntar ao grupo europeu e não ficar à espera do Fed, que ainda tem um caminho mais longo na batalha contra a inflação. Durante a coletiva de imprensa após a decisão, o presidente do BoE, Andrew Bailey, disse que não vai esperar o Fed para agir, e que tampouco leva em conta as decisões da contrapart­e americana. Segundo ele, a natureza da inflação é diferente nos dois países, bem como o potencial de cresciment­o no curto prazo, e isso deve ser colocado na balança.

Bailey disse que, com riscos inflacioná­rios contidos, o corte virá em um futuro próximo, e manteve a possibilid­ade aberta para junho caso os próximos dados de inflação venham dentro do esperado. Para o ING, a flexibiliz­ação deve começar em agosto, enquanto o UniCredit afirma que “não é necessário muito” para que a autoridade monetária inicie a mudança já em junho. •

Decisão Taxa de juros foi mantida em 5,25%, patamar vigente desde agosto de 2023

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