O Estado de S. Paulo

Sons de qualidade para beats, die-hard e curiosos

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• Romy

Romy fez uma ode aos beats coloridos afetuosos, tão distantes da penumbra indie gótica da sua banda, The xx, enquanto Raye certamente conquistou mais fãs em uma apresentaç­ão que partiu dos standards de jazz tradiciona­is para uma festa eletrônica. Simpática, a cantora inglesa de voz mágica contou histórias, riu e ficou emocionada com a reação do público.

• Soft Cell

O Soft Cell encarou um público inquieto e mais velho, dividido entre curiosos e fãs die-hard, que nem sequer imaginavam ter a oportunida­de de ver a dupla que criou Tainted Love ao vivo, em carne, rugas e osso.

• Black Pumas

A banda agiganta-se com o cantar de Eric Burton e os estudos musicais do guitarrist­a Adrian Quesada, que funde a distorção do rock ao groove do blues e às descoberta­s da música latina.

• Cat Power

Cat Power fez uma bela homenagem a Bob Dylan. Conhecida do público, fez um show enxuto demais, por culpa do tempo que tinha de palco, e bastante reverente.

• Baile do Cassiano

O Baile do Cassiano fez uma adorável e dançante homenagem ao cantor e compositor de Campina Grande, morto em 2021. Sob a batuta do bamba Daniel Ganjaman, as vozes de Fran e Preta Gil, Liniker, Luccas Carlos e Negra Li se encontrara­m com o funk e o groove de Cassiano, ícone do R&B brasileiro.

• Daniel Caesar

Quando Daniel Caesar subiu ao palco do Auditório Ibirapuera, a noite já esfriava (em temperatur­a) e casais formados se abraçavam, enquanto casais não formados ganhavam coragem com as melodias charmosas do norte-americano para aproximar os corpos e, quem sabe, trocar algumas carícias. Sorridente, Caesar fez as vezes de um Marvin Gaye contemporâ­neo, na sua versão romântica, cantando os amores nestes novos tempos difíceis, secos e áridos, com afeto e delicadeza. Não é, ainda, um cantor de multidões, mas Best Part, música gravada com a cantora H.E.R., é, definitiva­mente, um dos hinos românticos dos novos anos 2020.*l

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