Filme abraça o nonsense e diverte sem medo do ridículo
Cinema Em cartaz ‘Belo Desastre: O Casamento’, inspirado em franquia literária de sucesso, brinca com a ideia do amor romântico adolescente
Adolescentes, quando estão vivendo um romance, pensam que aquela paixão será para a vida inteira. É ridículo – o amor, afinal, tende a ser brega.
E é divertido quando filmes como Belo Desastre: O Casamento, em cartaz nos cinemas brasileiros, mandam a seriedade às favas e abraçam o besteirol sem nenhuma vergonha.
Dirigido e roteirizado por Roger Kumble, o longa é baseado na franquia literária Belo Desastre (que já havia chegado ao cinema com After) e narra a história de Abby (Virginia Gardner) e Travis (Dylan Sprouse). Ela é toda certinha, ele é o bad boy que participa de lutas clandestinas. Depois de um conturbado início de romance no primeiro filme, neste segundo eles já começam a história casados e vivendo uma estranha rotina no México.
A questão é: como esse casal, tão cheio de diferenças, vai conseguir suportar uma vida a dois? É isso que Abby e Travis tentam entender ao longo de O Casamento.
Kumble eleva o tom de ridículo ao máximo. Tudo é exagerado e brega, como são os amores juvenis. São cenas que variam em intensidade, com pequenas observações absurdas e sequências improváveis. O filme deixa o romance de lado para explorar ao máximo o humor que surge da busca incerta pelo “felizes para sempre”. É aí que Kumble abraça o nonsense romântico, já trabalhado por ele em Tudo para Ficar com Ele e Apenas Amigos.
EXAGERO. É difícil dizer que o filme é realmente bom: falta cadência para a história, que adota um tom episódico cansativo; há exagero nos estereótipos mexicanos, muito além do filtro amarelo; e não há cuidado ao inserir alguns elementos gráficos na história, envolvendo o desenho de um pênis com rosto na tela, causando uma certa vergonha alheia que nem mesmo a cena que se passa em meio a galos de briga consegue causar.
Ainda assim, ao escolher o besteirol sem nenhum constrangimento, Belo Desastre: O Casamento faz rir. Bebe da fonte de filmes como American Pie e Superbad, deixando de lado histórias de amigos fazendo besteira para rir dos romances adolescentes que são, por si só, divertidos para quem olha de longe.
Só os fãs do livro, normalmente jovens que levam essas histórias a sério, é que devem ficar frustrados com pessoas rindo dos amores impossíveis. •