Como funciona a eleição e quem disputa o poder no Reino Unido
• Por que Sunak convocou eleições? Aparentemente, o Reino Unido começou a sair da crise econômica que fez os preços dispararem desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, há dois anos. Segundo analistas, Sunak pretende se aproveitar dos últimos índices favoráveis para apostar todas as suas fichas na mensagem de que o país está no caminho certo e somente ele pode garantir a estabilidade. Seus críticos, porém, acreditam que a razão foi outra: o cenário não deve mudar até o fim do ano – quando deveriam ocorrer as eleições – e o premiê optou pelo elemento surpresa para tirar votos da oposição.
• O que acontece agora? Após 30 de maio, o Parlamento deixa de existir e os deputados se tornam candidatos. Os ministros continuam em seus cargos até a formação de um novo governo.
• Quais as chances de Sunak vencer?
Se as pesquisas estiverem corretas, o Partido Trabalhista deve obter uma maioria histórica. A maioria dos analistas prevê uma derrota dura de Sunak. No entanto, tudo ainda pode mudar. Em 2017, a premiê conservadora Theresa May liderava as pesquisas quando decidiu antecipar a eleição, mas acabou perdendo a maioria após uma campanha desastrosa e teve de aceitar uma coalizão com um partido nacionalista da Irlanda do Norte.
• Quais os principais temas da campanha? Governo e oposição reivindicam a exclusividade de serem os únicos capazes de oferecer estabilidade econômica, embora os trabalhistas tenham uma vantagem em razão do desgaste de 14 anos de governos conservadores. O slogan dos trabalhistas é “Change” (Mudança). Eles prometem uma campanha focada na situação dos serviços públicos, em especial o sistema de saúde, que sofre com listas de espera cada vez mais longas. Conservadores e trabalhistas prometem ser duros com relação à imigração. Sunak pretende reduzir a chegada de botes ao Reino Unido. Os trabalhistas respondem que o único plano do premiê é enviar as pessoas para serem reassentadas em Ruanda, uma política cara e contestada.
• Como a votação funciona?
Os britânicos escolherão todos os 650 membros da Câmara dos Comuns para um mandato de cinco anos. O partido que obtiver a maioria, seja sozinho ou em coligação, formará o próximo governo e seu líder será o primeiro-ministro. Além de conservadores e trabalhistas, outras forças políticas relevantes são o Partido Nacionalista Escocês, o Partido Liberal Democrata, os unionistas da Irlanda do Norte e o Sinn Fein, de nacionalistas da Irlanda, que participam da eleição, mas rejeitam assumir as cadeiras no Parlamento britânico.