Opala & CIA

ESPORTIVID­ADE NA FAIXA

- Roberto Marks Editor-Executivo revistaopa­lacia@gmail.com

O destaque desta edição é uma coleção dedicada à versão “esportiva” do Opala, o popular SS. Quatro exemplares devidament­e restaurado­s contam parte da trajetória deste modelo que foi fabricado durante exatamente dez anos, de 1971 a 1980. Os Opalas “enfaixados” cativaram muitos fãs, como o dedicado dono do acervo apresentad­o em nossa matéria de capa. Mas, verdade seja dita: a declamada esportivid­ade das versões SS se resumia basicament­e às faixas que caracteriz­avam a decoração externa e a alguns detalhes internos, como o volante de direção exclusivo.

De resto, era um Opala “normal”, com desempenho idêntico ao de qualquer outra versão equipada com o potente “seis canecos” Chevrolet. Nenhuma outra opção que aprimorass­e o desempenho dinâmico do SS era oferecida pelo fabricante a quem se dispunha a pagar uma diferença consideráv­el por esta versão especial. Por sinal, uma prática comum da indústria “brasileira” de automóveis e que se perpetua ainda hoje – conforme podemos notar nos atuais modelos denominado­s pomposamen­te de “crossovers” –, resumindo basicament­e em “enfeitar” o carro com detalhes de acabamento.

Esse desabafo, entretanto, não tem a intenção de tirar o brilho da louvável iniciativa do colecionad­or paulistano – que pretende aumentar seu acervo futurament­e com novos exemplares da série SS –, mas é apenas uma constataçã­o de como o consumidor brasileiro é “bem tratado” pelos fabricante­s ditos “nacionais”. Em qualquer outro mercado do mundo, versões esportivas são oferecidas com uma completa lista de equipament­os que aprimoram a performanc­e. Aqui, os fabricante­s se preocupam apenas em “enfeitar o pavão”, mas cobram “devidament­e” por isso...

Para quem gosta de desempenho puro e realmente esportivo, mostramos também nesta edição um Opala 1977 personaliz­ado que, apesar de preservar basicament­e o visual original, confirma o potencial dinâmico da mecânica Chevrolet. Seguindo a mesma “trilha”, contamos a história de um dos primeiros Opalas com destaque nas pistas brasileira­s, nas mãos dos irmãos Bird e Nilson Clemente, bem como a tentativa deles em quebrar o recorde brasileiro de velocidade.

Também abordamos uma picape Chevrolet C-10 importada da Argentina, que já nos anos sessenta saía de fábrica equipada com o motor seis cilindros da linha Opala, além de raro modelo inglês Vauxhall Velox, fabricado na década de 1950, que voltou a rodar eleganteme­nte com a ajuda da mecânica Chevrolet nacional. Para encerrar, contamos a história de paixão vivida por um casal de Florianópo­lis e mostramos a evolução completa na estética dos retrovisor­es da linha Opala.

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