ESPORTIVIDADE NA FAIXA
O destaque desta edição é uma coleção dedicada à versão “esportiva” do Opala, o popular SS. Quatro exemplares devidamente restaurados contam parte da trajetória deste modelo que foi fabricado durante exatamente dez anos, de 1971 a 1980. Os Opalas “enfaixados” cativaram muitos fãs, como o dedicado dono do acervo apresentado em nossa matéria de capa. Mas, verdade seja dita: a declamada esportividade das versões SS se resumia basicamente às faixas que caracterizavam a decoração externa e a alguns detalhes internos, como o volante de direção exclusivo.
De resto, era um Opala “normal”, com desempenho idêntico ao de qualquer outra versão equipada com o potente “seis canecos” Chevrolet. Nenhuma outra opção que aprimorasse o desempenho dinâmico do SS era oferecida pelo fabricante a quem se dispunha a pagar uma diferença considerável por esta versão especial. Por sinal, uma prática comum da indústria “brasileira” de automóveis e que se perpetua ainda hoje – conforme podemos notar nos atuais modelos denominados pomposamente de “crossovers” –, resumindo basicamente em “enfeitar” o carro com detalhes de acabamento.
Esse desabafo, entretanto, não tem a intenção de tirar o brilho da louvável iniciativa do colecionador paulistano – que pretende aumentar seu acervo futuramente com novos exemplares da série SS –, mas é apenas uma constatação de como o consumidor brasileiro é “bem tratado” pelos fabricantes ditos “nacionais”. Em qualquer outro mercado do mundo, versões esportivas são oferecidas com uma completa lista de equipamentos que aprimoram a performance. Aqui, os fabricantes se preocupam apenas em “enfeitar o pavão”, mas cobram “devidamente” por isso...
Para quem gosta de desempenho puro e realmente esportivo, mostramos também nesta edição um Opala 1977 personalizado que, apesar de preservar basicamente o visual original, confirma o potencial dinâmico da mecânica Chevrolet. Seguindo a mesma “trilha”, contamos a história de um dos primeiros Opalas com destaque nas pistas brasileiras, nas mãos dos irmãos Bird e Nilson Clemente, bem como a tentativa deles em quebrar o recorde brasileiro de velocidade.
Também abordamos uma picape Chevrolet C-10 importada da Argentina, que já nos anos sessenta saía de fábrica equipada com o motor seis cilindros da linha Opala, além de raro modelo inglês Vauxhall Velox, fabricado na década de 1950, que voltou a rodar elegantemente com a ajuda da mecânica Chevrolet nacional. Para encerrar, contamos a história de paixão vivida por um casal de Florianópolis e mostramos a evolução completa na estética dos retrovisores da linha Opala.