PERSONALIZADO
NÃO SE ENGANE! A aparência relativamente discreta deste Opala 1977 ESCONDE UMA FERA com cavalaria suficiente para “ENRUGAR” o asfalto
Visual discreto e potência de sobra transformam cupê 1977
Acarroceria pintada na incomum tonalidade laranja e as rodas cromadas da marca Weld, usualmente utilizadas em provas de arrancada, chamam a atenção. Mas quem apenas olha os detalhes externos não pode imaginar toda a força oculta embaixo do capô deste Opala 1977. Segredo que começa a ser revelado apenas quando se escuta o ronco grave, assim que o clássico “seis canecos” é colocado em funcionamento. São nada menos que 320 cv de potência “comprovada no dinamômetro de rolo”, afirma o preparador Rogério Rascio, da Auto Mecânica Allen, especializada em preparação para Opala.
Este projeto especial foi desenvolvido para realizar o sonho de um empresário paulista que prefere não se identificar. Segundo nos relatou, sua proposta básica era ter um carro diferenciado, mas sem alterar o estilo original do modelo. No fundo, ele queria um carro personalizado, que preservasse o charme da segunda geração do Opala, porém com “cavalaria” suficiente para “incomodar” modelos mais modernos. Para isso, chegou até a comprar a mecânica seis-cilindros de um antigo modelo de competição, dos tempos em que o Opala corria nas provas da Stock Car.
PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS
Depois de algumas decepções em oficinas não especializadas no
assunto, ele confessa que estava quase desistindo do projeto por não conseguir achar alguém que atendesse suas aspirações. A proposta só não foi arquivada em definitivo porque o dono do carro conta ter encontrado dois especialistas na arte de personalizar Opala: “O Rogério da Allen, preparador de motores, e o Márcio, da Mar Projetos Especiais, que se dedica a customizar interiores”. A partir de então, segundo o empresário, foi apenas questão de tempo para o carro passar “da água para o vinho”.
Na Allen, o “seis canecos” ganhou novos pistões, forjados, sobremedida 0,060 polegada (+ 1,5 mm), o que fez a cilindrada aumentar ligeiramente para 4.214 cm³. “Este pistão também aumenta a taxa de compressão”, detalha o preparador. Além dos pistões, as bielas agora
também são forjadas. Ao mesmo tempo, o cabeçote foi retrabalhado e teve instaladas válvulas de aço inox, enquanto o comando original foi substituído por um importado da marca Crower 310320 graus de duração, assim como foram instalados tuchos mecânicos da mesma marca.
Para garantir fôlego suficiente na alimentação, Rogério Rascio informa que instalou um sistema de injeção de combustível triplo: “Com corpos de alumínio, que desenvolvemos aqui mesmo, acionados por módulo de injeção Fuel Tech FT 300”, detalha o preparador. Para suprir o sistema de injeção, a bomba elétrica de combustível (álcool, no caso) foi preparada para trabalhar com maior pressão. Já o módulo de ignição, bobina e os cabos são da marca MSD, enquanto o sistema de escapamento 6x2, dimensionado para competição, foi especialmente desenvolvido pela Allen.
Com a finalidade de usufruir da potência extra, o câmbio agora é o de cinco velocidades da linha Opala de 1992, assim com o eixo traseiro. Com isso, o Opala 77 agora também tem discos
freio nas rodas traseiras. Outro detalhe importante na personalização são as rodas esportivas Weld, tradicionalmente utilizadas em provas de arrancada. Nas dianteiras, com tala de 6 polegadas, os pneus são da marca Toyo 205, enquanto as traseiras, um pouco mais largas, com tala de 7 polegadas, também foram montados pneus Toyo 235. Uma “pitada” estética diferenciada é a grade dianteira aletada, feita artesanalmente.
INTERIOR RADICAL
E se por fora este Opala conserva o estilo tradicional, o mesmo não acontece quando as portas são abertas, revelando o interior. Assinado pela Mar Projetos Especiais, a cabine conserva detalhes de acabamento luxuosos, como era no antigo modelo topo de linha Chevrolet, porém com uma boa dose de esportividade e acessórios dignos de modelos fora-de-série. A começar pelos bancos dianteiros, que são originais de Porsde
O INTERIOR DESTACA ESPORTIVIDADE, MAS NãO DEIXA DE LADO O CONFORTO E O LUXO TRADICIONAIS DA LINHA OPALA
che, enquanto o volante de direção veio de uma versão SS.
Um pedido especial feito pelo proprietário foi o tingimento do couro do revestimento interno de bancos, laterais de portas e até mesmo do volante, com detalhes na tonalidade laranja. Outra exigência era a de que nenhuma ponta de fiação poderia ficar à mostra, fazendo com que todos os terminais do chicote fossem embutidos. Já o painel original deu lugar a uma “verdadeira relojoaria” com seis instrumentos da marca AutoMeter, destacando o velocímetro graduado até 200 mph. Ainda no painel, destacam-se quatro pequenas luzes-espia (bateria, óleo, farol alto e pisca) posicionadas acima do velocímetro e do conta-giros.
Outro detalhe curioso é o conjunto de cinco interruptores instalados entre as travas dos cintos de segurança dos bancos dianteiros. Importados da Argentina, assim como a pe
O NOVO PAINEL RECEBEU DIVERSOS INSTRUMENTOS, ENQUANTO OS COMANDOS DOS FARóIS ESTãO AGORA NO NICHO CRIADO ENTRE OS BANCOS
daleira esportiva, o conjunto de botões aciona a lanternas, faróis principais e auxiliares, além dos limpadores de para-brisa de duas velocidades. Já o nicho especialmente criado para acomodar o freio de mão também se destaca pela presença de um descansa-braço e de um pequeno porta-objetos.
Além de toda a instrumentação mencionada, o painel também acomoda o visor da central de injeção FuelTech FT300, possibilitando o constante monitoração do sistema de alimentação de combustível. Logo abaixo dela, uma outra central da mesma marca faz a leitura dos gases do escapamento. Ah, claro, o console leva ainda um moderno CD-Player Pioneer. Detalhe insignificante, entretanto, num projeto como o deste charmoso Opala 1977. Afinal, música mesmo é o ronco do clássico “seis canecos” devidamente “envenenado”!
O ANTIGO MOTOR “SEIS CANECOS” DE STOCK CAR FOI PREPARADO E PASSOU A DESPEJAR NADA MENOS QUE 320 CV DE POTêNCIA!
A CHARMOSA E EXCLUSIVA GRADE FRONTAL FOI FEITA ARTESANALMENTE