RARIDADE
A ÚLTIMA GERAÇÃO deste modelo é MARCADA PELO REQUINTE e conforto, ainda capazes de SURPREENDER com um rodar SUAVE E SILENCIOSO
Todo o charme e conforto da última geração do Opala Comodoro
Orodar suave e silencioso não denuncia, mas estamos a mais de 120 km/h em um automóvel produzido há exatos 20 anos. Surpreendente? Certamente, mas não menos espantoso do que o conforto proporcionado pelos bancos e por outros materiais de acabamento igualmente de qualidade utilizados no aconchegante e espaçoso interior. Tudo em perfeito estado de conservação, como se tivesse acabado de sair da fábrica. Se a primeira impressão é a que fica, foi com o relato descrito acima que iniciamos esta reportagem, enquanto seguíamos para a locação onde foram feitas as fotos deste belo exemplar Comodoro 1992, ano da última geração produzida da linha Opala.
A sensação de acabamento luxuoso surpreende ainda mais quando levamos em consideração que se trata da versão deste modelo, equipada com motor de quatro cilindros e sem um componente que era considerado um requinte naquela época, como o ar-condicionado. “O mais admirável neste exemplar é a sensação de zero-quilômetro proporcionado também pela baixíssima quilometragem”, declara o proprietário Júlio Alves da Silva, 58 anos, funcionário público aposentado e morador de Florianópolis, capital de Santa Catarina. “Esse carro rodou somente 56 mil quilômetros em vinte anos de uso; ou uma média de apenas 2.800 quilômetros por ano”, destaca.
E foi justamente este invejável histórico que levou Júlio a adquirir o modelo. “Sou fã da linha Opala em geral, apesar de ter preferência em particular pela versão cupê”, confessa. “Por isso, estava procurando um Opala Cupê para comprar quando me falaram deste perfeito Comodoro sedã 1992, o último ano de fabri
EM DUAS DÉCADAS DE USO, O MODELO RODOU UMA 2.800 MÉDIA DE APENAS QUILÔMETROS POR ANO!
FABRICADO Há 20 ANOS, O INTERIOR AINDA SURPREENDE PELO CONFORTO E QUALIDADE DOS MATERIAIS DE ACABAMENTO
cação do Opala. Fui conferir e fiquei espantado com o estado de conservação do veículo. Seria muito burro se deixasse passar a oportunidade de comprá-lo”, detalha o atual proprietário deste Chevrolet, exibindo orgulhoso a nota fiscal original emitida pela concessionária paulistana Pompéia Veículos, datada de 2 de junho de 1992.
PADRÃO DE ÉPOCA
Imaculado em cada detalhe, o Comodoro que circula reluzente pela bela cidade de Florianópolis também é um relato fiel do último pacote de mudanças mecânicas e estéticas realizadas pela GM na família Opala. A começar pela direção hidráulica Servotronic de assistência regressiva, dotada de um módulo eletrônico que controla a passagem de óleo pela bomba, tornando o volante de direção mais firme – e seguro – conforme a velocidade aumenta. Disponível apenas nas linhas 1991 e 1992, este dispositivo curiosamente jamais foi oferecido pela GM na família Omega que sucedeu o Opala, nem mesmo como item opcional – só a picape Silverado, cinco anos de
pois, viria com esse importante componente.
Do ponto de vista estético, o Comodoro 1992 guarda algumas particularidades que o diferenciam das versões básicas Opala e da requintada versão Diplomata. Detalhes específicos, como as lentes alaranjadas dos piscas dianteiros (eram brancas no Diplomata) e as rodas popularmente denominadas “serrinha”, que foram herdadas da versão Diplomata. As rodas, aliás, foram a única alteração de estilo realizada por Júlio, que substituiu as originais pelas que equipavam a última geração do Diplomata. “Mas as quatro rodas originais ainda estão guardadas na garagem de casa, além de preservada no estepe do carro”, afirma o proprietário.
Assim como as demais versões, a última geração do Comodoro também foi produzida com o pacote visual desenvolvido pela Chevrolet em 1991. Caso dos para-choques envolventes de plástico injetado, dos novos espelhos retrovisores externos, frisos laterais redesenhados, volante remodelado e – característica mais marcante – a ausência de quebra-vento nas portas dianteiras.
Mais do que satisfeito com a aquisição, Júlio é só elogios não apenas para o conforto ou o estado de conservação da raridade. Mas também se mostra surpreso com o desempenho do Comodoro. “Às vezes até esqueço que este carro tem mo
tor de quatro cilindros, tamanha elasticidade e força ao acelerar”, afirma. “Sem contar a vantagem na economia de combustível. Já realizei algumas viagens com ele e a média de consumo foi de 11 quilômetros por litro de gasolina na estrada”, detalha o dono. “Além dessas qualidades, ele é raro por ser um exemplar da última geração do Comodoro, já que apenas a versão Diplomata teve a série especial de despedida Collector”, ressalta o proprietário, que declara convicto: “Esse carro eu não pretendo vender de jeito nenhum. Posso dizer com todas as letras que achei meu Opala ideal”, encerra.