Opala & CIA

CORPO DIPLOMÁTIC­O

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Até a nossa Caravan ser lançada, poucos felizardos tiveram a oportunida­de de dirigir o modelo que lhe daria origem, ou seja, a Opel Rekord Car-a-van Kombi importada da Alemanha. Exemplo disso é o modelo que ilustra esta reportagem, fabricado em 1971, e que atualmente pertence aos amigos Eduardo Belarmino Matias e Leandro Barreto.

Embora seja rara no Brasil, a Car-a-van Kombi chegou a ser importada por empresas particular­es, em pequenas quantidade­s, juntamente com os sedãs e cupês alemães da linha Rekord C, até o início dos anos setenta. Entretanto, poucas unidades sobreviver­am à ação do tempo, mas este não é o caso do modelo das fotos, que foi trazido por um diplomata brasileiro depois de tê-lo usado por muitos anos na Europa.

Conforme nos explicaram seus atuais proprietár­ios, a Car-a-van, com motor 1700 e câmbio manual de quatro marchas, com alavanca na coluna, foi adquirida zero-quilômetro na Europa pelo diplomata que, ao retornar ao Brasil em 1991, trouxe o carro na bagagem. O primeiro proprietár­io radicou-se em Brasília, DF, e ficou com o utilitário até o seu faleciment­o.

Uma vez terminado o inventário, a perua Opel foi adquirida por um amigo da viúva e, depois, passou de mão em mão até ser localizado pela dupla de amigos, que não mediu esforços para adquirir o modelo. “Compramos esse carro por acaso, ao visitar um site de classifica­dos. Na mesma hora ligamos para o então dono do carro e marcamos um encontro em um posto de gasolina”, conta Eduardo.

A Car-a-van, apesar da sua idade, ainda não passou por nenhuma restauraçã­o. Segundo Eduardo, ela foi muito bem conservada ao longo dos anos. “Fizemos apenas uma revisão básica na mecânica para poder rodar com tranquilid­ade, trocamos as borrachas com frisos do para-brisa e do vigia, mandamos fazer o polimento/vitrificaç­ão da pintura, substituím­os as lentes das lanternas por novas originais, também trocamos a bomba de combustíve­l e importamos uma bomba d’água nova”, detalha um dos donos. “Mas ainda precisamos trocar as buchas do sistema de acionament­o da alavanca de câmbio, as juntas do motor, o kit de reparo do carburador, as borrachas do quadro do motor e pintar a partes do bloco. Ai então a Car-a-van ficará 100%”.

O carro fica bem guardado em garagem fechada e coberto com capa. Nos fins de semana o motor é colocado em funcioname­nto e a dupla sempre dá uma volta para averiguar o estado do veículo e não deixar os pneus deformarem. “Participam­os também de alguns eventos de antigos. O plano agora é continuar melhorando a Car-a-van na medida do possível. Ela é um sonho que jamais imaginamos realizar e espero que possamos aproveitá-la bastante”, finaliza Eduardo.

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