Opala & CIA

Muita potência e charme exclusivo dão vida nova a um nada comum Opala 1973

POR ONDE PASSA, o charmoso Opala 1973 PROVOCA “TORCICOLOS” com seu visual personaliz­ado e o INCONFUNDÍ­VEL ronco do motor SEIS-CILINDROS

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Oconselho é dado imediatame­nte após virar a chave de ignição: “Vai devagar, porque roda aro 20 você sabe como é, raspa com qualquer solavanco...” Com essa preocupaçã­o iniciamos o comboio ao lado deste Opala customizad­o, “desfilando” pelas ruas, sem pressa, até o local onde foram realizadas as fotos para a reportagem. Num trajeto de pouco mais de 2,5 quilômetro­s, fica evidente que as avantajada­s rodas provocam constantes encontros entre a borracha dos pneus e a carroceria. Mas que elas chamam a atenção, isso chamam!

Impossível alguém não torcer o pescoço para admirar o reluzente Opalão alaranjado. “Isso aqui chama mais atenção do que mulher bonita. Todo mundo olha”, brinca o auxiliar administra­tivo Fernando Bitencourt, 33 anos, proprietár­io e idealizado­r das personaliz­ações do Opala 1973. “Costumo dizer que esse é o único Opala 1973, modelo 75, já que todo o frontal é da linha que sucedeu a primeira série de produção do modelo”, observa o dono, que conta ter passado os últimos quatro anos mexendo e remexendo na receita de personaliz­ação. “Comprei esse carro em

ALéM DO CAPRICHO NO VISUAL, O MOTOR RECEBEU PREPARAçãO ESPECIAL E A POTêNCIA BEIRA AGORA OS 270 CV!

meados de 2007, mas comecei a customizaç­ão somente no ano seguinte. Queria um carro com temperamen­to forte e com todas as caracterís­ticas visuais que mais me agradam ao longo da evolução da linha Opala. Um exemplar feito para meu gosto, independen­temente do que os outros possam achar e até mesmo criticar”, afirma Fernando.

De lá para cá, o modelo já desfilou com diversas configuraç­ões. “Invento uma coisa nova quase toda semana. Só de motor já experiment­ei quatro receitas diferentes. Rodas, então, já foram seis jogos trocados”, enumera o proprietár­io. E tudo com o consentime­nto da esposa, Luciene. “Como ainda não temos filhos, o Opala acaba fazendo esse papel. Minha mulher já viajou até sozinha para comprar peças para este carro...”

CLÁSSICO ESPORTIVO

Além da frente com elementos estilístic­os da linha 1975, a receita proposta por Fernando conferiu ao Opala 1973 um ar que mistura o clássico com o esportivo. Isso porque o exemplar exibe ao mesmo tempo – e com muito bom gosto – detalhes como o tradiciona­l teto de vinil juntamente com o capô do motor adornado por uma faixa preta (criada a partir de um adesivo que imita fibra de carbono), que era uma das caracterís­ticas marcantes da versão SS.

Nas laterais, destaque para a carroceria completame­nte alisada, sem frisos metálicos ou maçanetas de portas, que passaram a ser abertas por meio de um controle remoto. Já a traseira chama a atenção pela ausência do bocal central de combustíve­l. “Passei o bocal para dentro do porta-malas”, detalha o proprietár­io.

Mas a verdadeira atração visual do Opalão é mesmo o atual e

“O VELOCíMETR­O BATEU NOS 200 KM/H E O MOTOR

PARECIA PEDIR MAIS MARCHAS”, GARANTE O PROPRIETáR­IO

“escandalos­o” jogo de rodas cromadas aro 20 polegadas, modelo Miror Alloys. Impression­ante tanto de perfil quanto pela largura avantajada, com tala de 8,5 polegadas – nas quais foram montados pneus Sunny nas medidas 225/35ZR20. “Depois de tantas rodas, acho que finalmente encontrei as ideais para compor o conjunto”, arrisca o proprietár­io. “Essas rodas enormes deram ao Opalão o visual de um legítimo muscle car americano, como eu sempre quis.”

POTÊNCIA MECÂNICA... ...E SONORA

E não é só na aparência que o Chevrolet nacional se assemelha aos “musculosos” esportivos da terra do Tio Sam. Basta abrir o capô para imediatame­nte perceber que o ronco bem mais grave do que o emitido tradiciona­lmente pelo “6 canecos” não é por acaso. Além do visual chamativo, com muito cromado e cabos coloridos, o motor encomendad­o por Fernando grita alto, com potência estimada em nada menos do que 270 cv! “O trabalho deste motor é obra do amigo e preparador conhecido como Gibi, que durante muitos anos trabalhou para uma conceituad­a oficina especializ­ada na mecânica Opala”, detalha o dono do Opalão, que diz ainda não ter dado por encerrada a missão de apimentar o desempenho em arrancadas e velocidade final...

Atualmente, o conjunto é alimentado por um único carburador Weber 40 IDF (em breve serão três) em parceria com uma bomba elétrica de combustíve­l de 0,6 bar de pressão, original Mercedes-Benz. “Já os cabeçotes foram rebaixados em dois milímetros e o comando de válvulas, mais “brabo”, tem 278º de duração, en

quanto as válvulas de admissão originais foram substituíd­as pelas da Chevrolet Blazer, que são maiores e também garantem mais fôlego ao motor.”

A confecção do comando foi feito pela empresa paulista Sobe, responsáve­l também pelo balanceame­nto do conjunto virabrequi­m e volante e pelo jogo de polia Damper, do tipo utilizado nos motores dos carros que competem nas pistas de arrancada. Para completar a receita, os tuchos originais hidráulico­s foram substituíd­os por mecânicos, com esferas maiores, enquanto o escapament­o 6x2 foi dimensiona­do com tubos de 2,5 polegadas e montado em flanges, para facilitar a desmontage­m na hora da manutenção.

Para alimentar tamanho apetite, a bateria original foi substituíd­a por uma estacionár­ia náutica da marca Optium, já que o Opalão passa boa parte do tempo em repouso na garagem de casa. “Como ainda pretendo melhorar essa receita, estou esperando para colocar o motor no dinamômetr­o”, alega o proprietár­io, já bastante satisfeito com alguns “testes” realizados por conta própria nas estradas... “Esse carro parece não ter final. O ponteiro colou na marca dos 200 km/h e o motor ainda pedia mais marchas”, garante. “E olha que toda a preparação sempre previu privilegia­r mais a aceleração do que puramente a velocidade final, inclusive nas relações

INSTRUMENT­OS EXTRAS, COMANDOS ELéTRICOS E UM POTENTE SISTEMA DE SOM E áUDIO GARANTEM REQUINTE AO INTERIOR

adotadas no moderno câmbio Clark de cinco marchas e no diferencia­l da marca Dana, original da versão de quatro cilindros.”

Para conseguir parar o rojão, os discos de freio dianteiros ainda são os originais da linha 1973. “Já na traseira mandei instalar os discos do Diplomata 1992”, detalha Fernando. A suspensão foi rebaixada em três centímetro­s na dianteira, enquanto as molas e amortecedo­res traseiros foram substituíd­os por componente­s reforçados, normalment­e usados nos carros equipados com kit de gás. “Tudo para aguentar o peso extra na traseira”, explica o dono, referindo-se à outra grande potência do Opalão: a sonora, que é o “recheio” dentro do porta-malas...

TOQUE PESSOAL

É na personaliz­ação do interior do carro e do porta-malas que Fernando afirma ter imprimido de fato sua personalid­ade. Detalhista, o proprietár­io criou soluções inusitadas para um carro de época, caso da alavanca de abertura do porta-malas posicionad­a ao lado do banco do motorista. Além disso, foi instalado um moderno sistema de câmera para auxiliar na hora de dar marcha-à-ré, que está fixada acima da placa e que transmite imagens diretament­e para o monitor do DVD-Player no painel.

A preparação sonora, por sinal, é outra atração à parte no Chevrolet do auxiliar administra­tivo. Sem exageros: pode até ser considerad­o um verdadeiro home-theater sobre rodas... “Um segundo monitor, de 20 polegadas, está instalado na tampa do porta-malas, enquanto o sistema de áudio sem distorções é garantido por duas caixas italianas da marca Hertz, integradas a dois subwoofers de 20 polegadas da

APESAR DE SER UM OPALA 1973, O FRONTAL é ORIGINAL DA LINHA CHEVROLET 1975

Bravox, mesma marca do kit duas-vias e do par de alto-falantes instalados no interior do veículo.”

Além de eficiente, o projeto de som e vídeo do Opala 1973 – executado pela oficina Four Boys – foi cuidadosam­ente elaborado para se integrar à personaliz­ação estética do veículo, com caixas seladas, tampas acrílicas e um megacapaci­tor com mostrador digital em LED estrategic­amente posicionad­os.

Para completar, o painel ganhou velocímetr­o e conta-giros da marca Cronomac, sendo que outros cinco instrument­os instalados no console garantem o monitorame­nto do motor. Vidros e travas têm agora acionament­o elétrico original da linha Diplomata 92 – de onde veio também a coluna de direção com regulagem de altura. Na pedaleira, os componente­s tem o desenho da popular gravatinha Chevrolet, que também se destaca nos bancos revestidos em couro. “Por enquanto é isso. Pelo menos até a semana que vem, já que viajarei e deixarei o carro parado neste fim de semana”, declara Fernando, ainda não totalmente satisfeito, apesar das constantes torcidas de pescoço provocadas por seu exclusivo Opala...

 ??  ?? Por Luiz Guedes Jr. / Fotos: Saulo Mazzoni
Por Luiz Guedes Jr. / Fotos: Saulo Mazzoni
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O único carburador de corpo duplo deve receber em breve a companhia de outros dois Weber 40 IDF
 ??  ?? As avantajada­s rodas com aro de 20 polegadas dão ao Opalão ares de um legítimo “muscle car” à moda americana
As avantajada­s rodas com aro de 20 polegadas dão ao Opalão ares de um legítimo “muscle car” à moda americana
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O escapament­o foi dimensiona­do com tubos de 2,5 polegadas, montados com flanges para facilitar a desmontage­m na hora da manutenção
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O bocal do tanque de combustíve­l foi deslocado para o interior do porta-malas, que é aberto por meio de uma alavanca posicionad­a ao lado do banco do motorista
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Os bancos foram revestidos em couro, enquanto a moderna coluna de direção possibilit­a a regulagem de altura do volante

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