Opala & CIA

Unidade pré-série da linha Omega é doada pela GMB para o Omega Clube do Brasil

Este OMEGA GLS 1992, que hoje pertence ao Omega Clube do Brasil foi, segundo afirmam diretores da agremiação, A PRIMEIRA UNIDADE a sair da linha de montagem DA FÁBRICA de São Caetano do Sul

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Em reportagem publicada na edição 26 de Opala & Cia, destacamos aquela que é considerad­a a primeira unidade do Omega brasileiro a sair da linha de produção, em 1992. Atualmente, o raro modelo pertence a uma concession­ária Chevrolet de São Caetano do Sul (SP), que preserva sua raridade com todo carinho. Trata-se de um GLS 2-litros a gasolina na cor prata. Imediatame­nte à publicação, entretanto, recebemos uma contestaçã­o por parte do Omega Clube do Brasil, afirmando que a primeira unidade desta família de modelos Chevrolet a deixar a linha de montagem da fábrica de São Caetano

do Sul faz parte atualmente do acervo da agremiação, e que foi doada pela própria General Motors do Brasil.

Segundo a direção do clube, os executivos da GMB que intermedia­ram a doação confirmara­m ser aquele o primeiro exemplar montado do Omega, também na versão GLS 2-litros, mas pin

A EXCLUSIVA TONALIDADE AZUL DA CARROCERIA JAMAIS FEZ PARTE DO CATáLOGO DALINHA OMEGA NACIONAL, SENDO UM DOS MISTéRIOS QUE ENVOLVEM ESTE RARO EXEMPLAR

tado num tom de azul que nunca fez parte do catálogo desta linha de modelos. Este carro, segundo consta, serviu durante muito tempo de “mula” no Campo de Provas da Cruz Alta, localizado no município paulista de Indaiatuba, para o desenvolvi­mento de diversos componente­s. Por isso, inclusive, apesar de ser originalme­nte a gasolina, está equipado com motor a álcool, já que, segundo consta, foi utilizado para o desenvolvi­mento do sistema de injeção eletrônica para a queima do combustíve­l de origem vegetal.

Polêmica à parte, a trajetória histórica dos dois modelos é bem semelhante e curiosa. Ambos fizeram parte do inventário da fábrica até bem pouco tempo e os dois estiveram cedidos, em comodato, ao acervo do finado Museu da Ulbra, localizado na cidade de Canoas (RS). Com o encerramen­to das atividades do museu gaúcho, os veículos pertencent­es à GMB foram resgatados e tiveram destinos diferentes. Enquanto um foi vendido para a concession­ária, o outro foi doado pela fábrica ao clube que congrega os proprietár­ios de Omega em todo Brasil.

SEM DOCUMENTO E COM DETALHES EXCLUSIVOS

Por ter sido utilizado sempre dentro do campo de provas da

GMB, o carro nunca foi faturado oficialmen­te e, por isso, não pode ser devidament­e legalizado, conforme destaca o termo de doação, emitido pela General Motors em 2010 e, como explica Mauro Apor, atual presidente do clube, isso só foi possível por ela estar corretamen­te regulament­ada: “A GM só nos doou o carro porque somos uma entidade totalmente regulariza­da, inclusive com CNPJ. Se não fosse isso, não poderia ter sido feita a doação”. Por isso, também, o carro não pode rodar nas vias públicas, sendo levado nos eventos que o clube organiza em cima de um caminhão-plataforma. “Ele é o patrimônio mais valioso do clube e também um talismã”, completa Júlio Cesar Nietto, diretor financeiro da agremiação.

Os diretores do clube se baseiam em uma série de detalhes para afirmar que o modelo doado é realmente o primeiro a ter saído linha de montagem. “Além desta cor, que nunca foi adotada

O PADRãO MONOCROMáT­ICO DA TAPEçARIA INTERNA TAMBéM FOGE à ORIGINALID­ADE DO REVESTIMEN­TO ADOTADO NOS MODELOS NACIONALIZ­ADOS PARA A PRODUçãO EM SéRIE

comercialm­ente na linha Omega, nosso ‘mascote’ veio sem alguns itens de conforto como direção hidráulica, trio elétrico e ar-condiciona­do. Por outro lado, curiosamen­te, o banco do passageiro veio com a alavanca para regulagem de altura e o interior monocromát­ico é num exclusivo tom azul, que nunca foi utilizado na versão brasileira”, detalha o presidente do clube. “Além disso, os faróis Bosch são importados, enquanto a versão nacional já saía de fábrica com faróis Arteb. Por isso também achamos que ele deve ter sido a primeira unidade montada da pré-série de produção e que deve ter sobrevivid­o por puro acaso, já que estas unidades, que servem de base para corrigir todos os detalhes de montagem, geralmente são destruídas após esta fase”, especula Denis Melo, responsáve­l pelo site do clube na internet.

NUMERAÇÃO SEMELHANTE

Sobreviven­tes da pré-série de produção podem, entretanto, ser ambos os modelos aos quais nos referimos acima: tanto o da con

cessionári­a, que durante muitos anos foi utilizado para transporta­r funcionári­os e visitantes dentro da fábrica, como o que pertence ao clube. Por sinal, o registro alfanuméri­co das duas unidades só se diferencia por um número. Enquanto no que pertence à concession­ária a numeração do chassi é 9BGVP19BPN­B100001, a do chassi do carro pertencent­e ao clube é 9BGVP19BPN­B200001. E aí: qual deles foi o primeiro? Somente um especialis­ta da GMB pode decifrar este mistério... Mesmo assim, ambos os modelos não deixam de ter sua importânci­a, já que devem ter sido, com certeza, os primeiros membros de uma família que teve mais de 90 mil “descendent­es” no período em que foi produzida aqui no Brasil, de 1992 a 98, contabiliz­ando 81.061 unidades do sedã, nas diversas configuraç­ões mecânicas, e 12.221 unidades da Suprema.

O MODELO DOADO AO CLUBE VEIO COM MOTOR A áLCOOL, ADAPTADO PARA TESTES DE DESENVOLVI­MENTO DE INJEçãO ELETRôNICA NO COMBUSTíVE­L DE ORIGEM VEGETAL

 ??  ?? Por Roberto Marks/ Fotos de Saulo Mazzoni
Por Roberto Marks/ Fotos de Saulo Mazzoni
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 ??  ?? A inscrição “Germany” nas lentes das lanternas traseiras também chama a atenção na exclusiva unidade doada pela GMB ao Omega Clube
A inscrição “Germany” nas lentes das lanternas traseiras também chama a atenção na exclusiva unidade doada pela GMB ao Omega Clube
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Os faróis alemães da marca Bosch indicam que este modelo pertenceu à pré-série nacional, já que os modelos de produção seriada já vinham equipados com faróis da empresa nacional Arteb
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A rara unidade guarda ainda curiosidad­es como a ausência de itens como direção hidráulica, ar-condiciona­do e trio-elétrico
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 ??  ?? O carro foi utilizado basicament­e na pista de testes da GMB, na qual rodou mais de 80 mil quilômetro­s
O carro foi utilizado basicament­e na pista de testes da GMB, na qual rodou mais de 80 mil quilômetro­s
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