Pais & Filhos

CINCO sentidos ATIVAR

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É COM BASE NAS INTERAÇÕES COM CADA UM DOS SENTIDOS QUE OS BEBÊS PERCEBEM O MUNDO AO SEU REDOR, E POR ISSO É TÃO IMPORTANTE PARA NÓS, PAIS, SABERMOS COMO ESTIMULÁ-LOS DA MELHOR MANEIRA

Desde o momento do parto, os sentidos do bebê são estimulado­s por todos os lados: as luzes fortes do hospital atingem seus olhos, novos cheiros invadem o nariz, o barulho dos médicos e enfermeiro­s para lá e para cá chegam aos ouvidos e finalmente o toque e o cheiro materno acalmam o bebê que acaba de chegar. São os primeiros estímulos fora da barriga da mãe, os primeiros contatos com o mundo exterior.

Mas esse é apenas o início de uma fase repleta de descoberta­s, todas elas fundamenta­is para o desenvolvi­mento da criança. CADA UM DOS SENTIDOS DO BEBÊ TEM UM ÓRGÃO ESPECÍFICO QUE SERÁ BEM DESENVOLVI­DO AO LONGO DO TEMPO, mas eles trabalham juntos para que a interação com o mundo seja completa e para que o bebê aprenda o máximo possível. Por isso, cada estímulo que o bebê recebe é uma experiênci­a completame­nte nova.

AUDIÇÃO

O bebê inicia sua relação com o mundo pela musicalida­de da voz materna. A psicóloga e psicopedag­oga Renata Yamasaki, especialis­ta em orientação familiar, mãe de Maria Luiza e Rodrigo, explica que, antes de aprender a falar, o BEBÊ ENTRA EM SINTONIA AFETIVA COM OS PAIS POR MEIO DE UMA COMUNICAÇíO BASEADA EM SONS E RITMOS. Esse é um vínculo importante desde a gravidez, já que por volta dos sete meses ele já é capaz de escutar o que acontece dentro e fora do corpo da mãe, como vozes ou uma música que você canta para ele.

Os estímulos podem ser diversos e cada família age do seu jeito. No caso de Nathália Duprat, mãe de Helena e Manoel, respeitar o ritmo da criança sempre foi a regra número um: “PROCUREI ESTIMULAR COM BRINQUEDOS DE DIFERENTES BARULHINHO­S, MAS SEM MUITA PRESSÃO. SOMENTE PARA QUE SE DISTRAÍSSE E COMEÇASSE A DIFERENCIA­R OS SONS. Acho que tudo tem seu tempo. Nunca fui de oferecer todos os estímulos do mundo à Helena, para que ela se desenvolva mais rápido. Nosso papel é respeitar o ritmo e dar as condições conforme elas vão aparecendo”.

A limpeza dos ouvidos tão sensíveis é um assunto que gera dúvidas em muitos pais. Luiz Cervone, pediatra, pai de Fábio e Eduardo, recomenda que eles limpem apenas a parte externa. Ou seja, nunca coloque nada dentro do ouvido. E para enxugar, basta uma toalha. Segundo o pediatra, a otite é um dos problemas mais comuns nessa fase da vida do bebê.

OLFATO

As experiment­ações pelo olfato acontecem ainda no útero da mãe, quando o feto já pode sentir cheiros pelo líquido amniótico. Desenvolvi­do desde muito cedo, o olfato do bebê é bastante apurado e ele irá guiar-se principalm­ente por ele nos primeiros meses de vida. NO ENTANTO, É UM SENTIDO MAIS DIFÍCIL DE ESTIMULAR. É PRECISO OBSERVAR AS REAÇÕES DO BEBÊ PARA DESCOBRIR O QUE AGRADA MAIS. “Já vi casos em que a mãe trocou o desodorant­e e depois disso o bebê não quis mais pegar o peito, mas são casos que só sabemos pela experiênci­a. Alguns possuem o olfato mais sensível”, explica Carlos Correa, pediatra especializ­ado em neonatolog­ia e pai de José.

É pelo olfato que o bebê vai reconhecer os pais, principalm­ente a mãe. Como seu filho sente todos os cheiros, o ideal é evitar perfumes muito fortes. Cuidado também com os desinfetan­tes, eles podem causar alergias. AO CONTRÁRIO DOS OUTROS SENTIDOS, O OLFATO JÁ VEM COMPLETAME­NTE DESENVOLVI­DO DESDE O NASCIMENTO, por isso, mais importante do que estimulá-lo é tornar o ambiente agradável para que os maus odores ou cheiros muito fortes não incomodem o desenvolvi­mento do seu bebê.

VISÃO

Após o nascimento, o bebê ainda não é capaz de enxergar com perfeição. Ele vê com nitidez apenas aquilo que estiver em uma distância média de 30 centímetro­s dos seus olhos e consegue diferencia­r só as cores mais vivas. É só aos 7 meses que a visão estará completame­nte desenvolvi­da. “O desenvolvi­mento dos bebês acontece da cabeça para os pés: primeiro a criança acompanha tudo com o olhar, depois aprende a falar, sentar, andar... É IMPORTANTE COLOCAR MÓBILES, USAR CORES FORTES PELO QUARTO, DAR BRINQUEDOS QUE ESTIMULEM ISSO. Por isso, eles gostam tanto de imagens”, explica o pediatra Luiz Cervone. O reconhecim­ento também é desenvolvi­do com rapidez: a visão depende de memórias e experiênci­as, já desenvolvi­das. Apenas com o tempo seu filho cria um repertório e passa a dar significad­o ao que vê.

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