Pais & Filhos

BLUES?

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80% DAS MULHERES SENTEM TRISTEZA E ANGÚSTIA APÓS O NASCIMENTO DO BEBÊ. SE VOCÊ TAMBÉM SE SENTIU ASSIM OU ESTÁ PASSANDO POR ESTA FASE, ENTENDA POR QUE NEM SEMPRE HÁ MOTIVOS PARA SE PREOCUPAR

Quando ouvimos falar que uma criança nasceu, a imagem que vem à nossa mente é de uma família feliz admirando o novo membro que chegou. Fica difícil entender por que algumas mães sentem tristeza, angústia e até têm crises de choro nos dias seguintes após o parto. Afinal, ela não deveria estar contente? Não necessaria­mente. E isso tem explicação! Baby Blues ou Blues Puerperal ocorre com 80% das mães e é uma consequênc­ia das bruscas alterações hormonais após o parto. A palavra “blues” em inglês significa tristeza e tem a ver com o jeito que a mulher se sente durante esse período. “Além disso, nessa fase a mãe entra em contato com o bebê real, ELA TEM QUE LIDAR COM OS MEDOS E ANSIEDADES CAUSADOS PELO NOVO PAPEL MATERNO e isso pode contribuir”, comenta Mariana Bonsaver, psicóloga, filha de Isabel e Tullio. Durante esse período, a mulher está mais sensível que o normal. Ela pode chorar por qualquer coisa, ofender-se facilmente, sentir-se incapaz e frágil, se irritar com facilidade e até ficar desanimada sem motivo. “O QUE PODE ACONTECER TAMBÉM É A MÃE FICAR MUITO PREOCUPADA COM O BEBÊ E NÃO CONSEGUIR DORMIR. Ela precisa checar várias vezes durante a madrugada se a criança está bem”, acrescenta Diego Tavares, psiquiatra, filho de Sonilda e Wasthon. Segundo o especialis­ta, essa sensação costuma durar de 10 a 15 dias, tende a diminuir e depois desaparece­r completame­nte sem necessitar de tratamento.

“Muitas mulheres que têm uma rede de apoio escassa, ou seja, contam com pouca ajuda, podem desenvolve­r sintomas mais intensos, por isso é importante ter pessoas acolhedora­s por perto”, aconselha Diego. Nesse período de pandemia, pode ocorrer de muitas mães ficarem sem ajuda, precisando protagoniz­ar de maneira singular e sozinha. Viviane Marques, psicóloga e educadora parental, filha de Ana Lucia e Paulo aconselha: “Quanto mais consciente você estiver sobre isso, menor será sua expectativ­a e consequent­emente frustração”.

“O que é fundamenta­l nesse caso é a informação. AS GESTANTES E OS FAMILIARES PRECISAM SABER SOBRE BABY BLUES PARA QUE HAJA UMA MAIOR COMPREENSíO e cuidado caso ocorra”, alerta a psicóloga. É um efeito normal causado pela transforma­ção do corpo da mulher e passa! O melhor tratamento é o apoio e auxílio dos familiares.

Aconteceu comigo

A Tatiana Veiga, mãe de Lívia e Felipe, contou para a gente como foi a experiênci­a dela com Baby Blues. Não foi fácil, mas no final deu tudo certo. “QUANDO EU TIVE A LÍVIA, FOI TUDO TRANQUILO, MAS QUANDO MEU SEGUNDO NASCEU EU FIQUEI MUITO DEPRIMIDA”, conta. “Tive dificuldad­e em lidar com o ciúme que a Lívia tinha do Felipe, minha filha achava que perderia a atenção e eu só ligaria para o novo irmãozinho”, comenta Tatiana. Na época ela não entendia o que estava acontecend­o e por que se sentia daquele jeito. A médica foi fundamenta­l para fazer a família entender que aquilo era uma fase e iria passar. “Ela me explicou que as alterações hormonais também contribuía­m para a maneira que eu estava me sentindo e que não precisava me preocupar. A doutora me ajudava dizendo que LOGO AS COISAS ESTARIAM BEM E EU CONSEGUIRI­A ME ADAPTAR À NOVA ROTINA COM DUAS CRIANÇAS”, relembra a mãe.

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