VAI NA TUA
Ana Carolina, mãe de Isabella, Miguel e Maria Fernanda, que passou pela experiência mais dolorosa da vida ao perder a primeira filha, Isabella Nardoni, de apenas 5 anos, disse: “Passado o julgamento veio uma missão de vida: eu decidi que queria reconhecer a Carol, percebi que eu merecia viver. E não é uma escolha fácil porque é muito mais fácil cair e chorar do que buscar essa reconexão”. Eliezer, pai de Lua, influenciador, falou sobre a própria experiência: “Me sentia um péssimo pai por não estar no mesmo ritmo que a Viih, que desde o primeiro mês entendia cada carinha dela. Foi quando eu decidi que precisava buscar informação. Eu coloquei na cabeça que eu precisava me sentir seguro e deixar a Vitória segura também”.
Luana Safire, mãe de Gabriel e idealizadora do projeto “Ébano Brasil” de combate ao racismo, falou sobre algo que entende bem: a necessidade de autocuidado e autopreservação na maternidade: “COM O TEMPO EU FUI APRENDENDO E HOJE EU ME COLOCO NO LUGAR DE ME PERMITIR PARAR E DIZER QUE NAQUELE DIA NÃO VOU FAZER NADA. Esse recolhimento é fundamental também porque nós lidamos com feridas muito profundas, como o racismo, que exigem muito de nós e adoecem também. Mas eu também consigo me permitir isso porque tenho uma grande rede de apoio”.
Tina Calamba, mãe de Alana e Raquel, modelo e comunicadora angolana abriu o coração: “Quando engravidei eu já morava no Brasil, longe da minha família, e confesso que achei isso muito legal porque ninguém poderia se meter na educação das minhas filhas. Claro que existe um lado negativo também, e pra passar por ele eu precisei criar uma rede de apoio”. Priscilla Montes, mãe de Gael, educadora parental, completou: “No meu caso, a maternidade me mudou pessoalmente e profissionalmente. Eu tinha muitas certezas durante a gravidez, era cheia de planilhas de excel na geladeira, e quando ele nasceu percebi que não sabia lidar com nada daquilo. Conforme ele foi crescendo, eu fui entendendo um pouco o que eu não queria reproduzir de um ciclo violento de traumas, que eu precisava me munir e buscar um conhecimento sobre educação positiva e outras perspectivas de educação”.