BLOODSTAINED: CURSE OF THE MOON 2
Ainda melhor do que nos velhos tempos
Assim como o Bloodstained "de verdade" é como um Castlevania pós Symphony of the Night com outro nome, o primeiro Curse of the Moon parecia uma sequência de Castlevania III, do NES. Nele, você passa por fases 8-bit difíceis, encontra parceiros e poder mudar entre eles a qualquer momento. Só que, diferente da série da Konami, que tentava mudar bastante o estilo entre os jogos, Curse of the Moon 2 prefere refazer os passos do antecessor.
As fases e os personagens são diferentes (e têm habilidades muito mais bem pensadas e divididas do que o jogo anterior), mas o design e as ideias são idênticas ao primeiro Curse of the Moon. Se você jogar o primeiro e o segundo em sequência, vai parecer que só começou a próxima fase.
Só não dá para dizer que isso piora o jogo, porque o design do primeiro já era muito bem feito e o do segundo talvez seja até melhor. Algo que os Curse of the Moon fazem com maestria é sempre deixar o jogador pensando em qual personagem usar a cada momento, como se tivesse mesmo quatro personagens à disposição em vez de apenas ficar trocando quando um estiver com a vida baixa. Existem também muitas passagens em cada fase que encurtam o caminho até o chefe e só podem ser acessadas por personagens específicos, o que aumenta ainda mais a importância de deixar todo mundo vivo e vencer inimigos da maneira mais eficiente possível. O novo título se concentra ainda mais nisso, com passagens que precisam de dois personagens e, no geral, mais dependência de golpes específicos em muitos pontos das fases, se não quiser morrer muito.
MENOS, POR FAVOR
Essa qualidade acaba se tornando um problema em alguns momentos, pois essa sequência é apelona só por querer ser. Os checkpoints, especialmente antes dos chefes, são colocados em lugares onde você pode perder bastante vida antes de alcançar a luta novamente, algo que só acontecia nas fases mais avançadas do primeiro jogo. E aí você perdeu um personagem que era o melhor para passar daquela parte e sua vida só vai ficar ainda mais complicada.
Por isso prepare-se para ficar preso em uma ou outra dessas fases cheias de sprites bonitos por um tempo, como nos jogos desafiadores de NES de 30 anos atrás. Em seus melhores momentos, Curse of the Moon 2 se torna o tipo de jogo que deixa você furioso ao mesmo tempo que quer tentar de novo, com mais raiva. É a prova de que, mesmo com momentos intensos sem motivo, as fases agradam e dão vontade de jogar mais.
E é bom que você queira jogar mais mesmo, porque, ao terminar pela primeira vez, outro "capítulo" se abre, prometendo novidades e mais história... mas o jogo em si é o mesmo com pequenas alterações nas fases e um personagem a menos em cada uma. Há um terceiro capítulo que novamente usa as mesmas oito fases, porém com uma surpresa que vai agradar a quem jogou o antecessor. Se isso ficasse disponível após terminar só uma vez, seria bem melhor.
Curse of the Moon 2 é mais do que uma cópia dos Castlevania de NES, é um jogo ótimo por mérito próprio e melhor do que muita coisa que saiu nos anos 1980.