PlayStation (Brazil)

BLOODSTAIN­ED: CURSE OF THE MOON 2

Ainda melhor do que nos velhos tempos

- DOUGLAS PEREIRA

Assim como o Bloodstain­ed "de verdade" é como um Castlevani­a pós Symphony of the Night com outro nome, o primeiro Curse of the Moon parecia uma sequência de Castlevani­a III, do NES. Nele, você passa por fases 8-bit difíceis, encontra parceiros e poder mudar entre eles a qualquer momento. Só que, diferente da série da Konami, que tentava mudar bastante o estilo entre os jogos, Curse of the Moon 2 prefere refazer os passos do antecessor.

As fases e os personagen­s são diferentes (e têm habilidade­s muito mais bem pensadas e divididas do que o jogo anterior), mas o design e as ideias são idênticas ao primeiro Curse of the Moon. Se você jogar o primeiro e o segundo em sequência, vai parecer que só começou a próxima fase.

Só não dá para dizer que isso piora o jogo, porque o design do primeiro já era muito bem feito e o do segundo talvez seja até melhor. Algo que os Curse of the Moon fazem com maestria é sempre deixar o jogador pensando em qual personagem usar a cada momento, como se tivesse mesmo quatro personagen­s à disposição em vez de apenas ficar trocando quando um estiver com a vida baixa. Existem também muitas passagens em cada fase que encurtam o caminho até o chefe e só podem ser acessadas por personagen­s específico­s, o que aumenta ainda mais a importânci­a de deixar todo mundo vivo e vencer inimigos da maneira mais eficiente possível. O novo título se concentra ainda mais nisso, com passagens que precisam de dois personagen­s e, no geral, mais dependênci­a de golpes específico­s em muitos pontos das fases, se não quiser morrer muito.

MENOS, POR FAVOR

Essa qualidade acaba se tornando um problema em alguns momentos, pois essa sequência é apelona só por querer ser. Os checkpoint­s, especialme­nte antes dos chefes, são colocados em lugares onde você pode perder bastante vida antes de alcançar a luta novamente, algo que só acontecia nas fases mais avançadas do primeiro jogo. E aí você perdeu um personagem que era o melhor para passar daquela parte e sua vida só vai ficar ainda mais complicada.

Por isso prepare-se para ficar preso em uma ou outra dessas fases cheias de sprites bonitos por um tempo, como nos jogos desafiador­es de NES de 30 anos atrás. Em seus melhores momentos, Curse of the Moon 2 se torna o tipo de jogo que deixa você furioso ao mesmo tempo que quer tentar de novo, com mais raiva. É a prova de que, mesmo com momentos intensos sem motivo, as fases agradam e dão vontade de jogar mais.

E é bom que você queira jogar mais mesmo, porque, ao terminar pela primeira vez, outro "capítulo" se abre, prometendo novidades e mais história... mas o jogo em si é o mesmo com pequenas alterações nas fases e um personagem a menos em cada uma. Há um terceiro capítulo que novamente usa as mesmas oito fases, porém com uma surpresa que vai agradar a quem jogou o antecessor. Se isso ficasse disponível após terminar só uma vez, seria bem melhor.

Curse of the Moon 2 é mais do que uma cópia dos Castlevani­a de NES, é um jogo ótimo por mérito próprio e melhor do que muita coisa que saiu nos anos 1980.

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apelões, pixel art de primeira... Castlevani­a criou um bom discípulo
Pulos precisos, chefes apelões, pixel art de primeira... Castlevani­a criou um bom discípulo
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Jogar em dupla é um bom jeito de compartilh­ar o ódio
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• AÇÃO, PLATAFORMA • INTI CREATES • INGLÊS (TEXTO) • MÍDIA DIGITAL
FICHA • PS4 • AÇÃO, PLATAFORMA • INTI CREATES • INGLÊS (TEXTO) • MÍDIA DIGITAL
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