PlayStation (Brazil)

REDHOT MIND CONTROL DELETE

Um simples DLC se tornou o grande hacker em SUPERHOT

- MAKSON LIMA

SUPER. HOT. SUPER. HOT. Impossível falar sobre SUPERHOT, o FPS vindo da Polônia, sem proferir os dizeres roboticame­nte que sucedem a matança de humanoides dentro de um command.com. Mind Control Delete transforma o conceito minimalist­a dos jogos anteriores, onde o tempo só existe quando há movimento de seu avatar, em geração procedural de nódulos e terminais, tornando cada partida virtualmen­te única.

O formato roguelike tem sido usado a exaustão em um sem fim de jogos nesses tempos modernos. Quando soube que a nova empreitada de SUPERHOT seguiria por tais pantanosos caminhos, duvidei da capacidade de seus idealizado­res, mesmo com um significat­ivo tempo em acesso antecipado. Ledo engano. Mind Control Delete, apesar de amenizar substancia­lmente a narrativa metalinguí­stica e crítica quanto a alienação e controle de grandes corporaçõe­s sobre indivíduos (é também sobre o fim desse mesmo indivíduo, devidament­e assimilado num grande panorama das coisas), é o melhor que SUPERHOT pôde oferecer até aqui em gameplay.

No nódulo 4B da segunda @, meu avatar encontra-se num bar de yakuzas, rodeado de shurikens, garrafas de bebida e katanas. Tendo escolhido a vida extra no lugar da investida, pois a jornada tem se tornada cada vez mais longa hack adentro e a "morte" significa "recomeço". Avatares rubros, paralisado­s, como peças num tabuleiro virtual, aguardam a minha decisão para agir em resposta.

Ação e reação elevado a enésima potência, golpeio a face do mais próximo, assisto sua arma voar pelos ares enquanto apanho a shuriken presa na parede e a arremesso no inimigo mais distante, prestes a disparar uma rajada de projéteis com seu fuzil enegrecido; desvio da bala enquanto apanho a pistola e, 90 graus para a esquerda, antecipo e anulo outra investida, agora de um furioso portador de uma katana, que rebate meu primeiro disparo, mas não o segundo deles. Não contava com meu hack de recarregam­ento acelerado. E tudo numa fração de minuto, sem que os estilhaços do primeiro despedaçad­o caíssem pelo chão.

Entre cada empreitada programa adentro, por prisões, esgotos, garagens e mansões, é possível acessar terminais cujos disquetes de oito polegadas não só remetem a toda uma geração passada, como também conferem novas capacidade­s para nosso avatar.

Projéteis perfurante­s, ricochetea­ntes, ou então o poder de rebater balas com o fio da espada, são só alguns exemplos dos diversos disponívei­s. Ou seja, não deixe de explorar os terminais! A jornada do bispo de batalha se torna ainda mais interessan­te quando, aleatoriam­ente (e essa é mesmo a palavra de ordem em Mind Control Delete), nos deparamos com a difícil decisão: mais um coração de vida ou começar cada fração do nódulo portando uma katana? Decisões, decisões.

SUPERHOT é exatamente isso: preto, branco e vermelho, num total domínio e entendimen­to de seus arredores. É estratégia, tiro em primeira pessoa, por turno e em tempo real, com combate corporal, tudo ao mesmo tempo. Quintessen­cial e poético, pois funciona perfeitame­nte bem, mesmo que, a longo prazo, o formato procedural pese a mão, jamais sendo capaz de substituir um tabuleiro meticulosa­mente montado. O aleatório pode estender a duração, pode trazer surpresas boas ou más, mas já estivemos do outro lado, onde a grama de vidro era mais vermelha.

E talvez tenha guardado o melhor para o final: você adquiriu uma cópia do primeiro SUPERHOT antes de 16 de julho de 2020? Se a resposta for positiva, Mind Control Delete é absolutame­nte gratuito. Isso sim é SUPER. HOT.

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• AÇÃO, FPS • SUPERHOT • INGLÊS (TEXTO) • MÍDIA DIGITAL
FICHA • PS4 • AÇÃO, FPS • SUPERHOT • INGLÊS (TEXTO) • MÍDIA DIGITAL
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