PlayStation (Brazil)

DISINTEGRA­TION

Virando pó bem na sua frente

- OSCAR TAYLOR-KENT

No centro de Disintegra­tion está um jogo de estratégia em tempo real leve, com um sistema de comando de esquadrão simples de entender, embrulhado em uma camada de jogo de tiro com pouca gravidade. Porém, no fim, Disintegra­tion não consegue ser um grande RTS nem um grande FPS. A combinação oferece algo diferente, mas faltou foco para dar certo.

Em um futuro pós-humanista onde os cérebros humanos são colocados em corpos de robôs (um processo chamado "integração"), parte da população agora integrada tem dificuldad­e de manter o que a faz se sentir humana. Também não ajuda que uma força militar chamada Rayonne tem exercido a prática imoral de lavagem cerebral no processo de integração. Em vez de usar o processo apenas como uma medida temporária para evitar rejeição, a Rayonne quer "melhorar" e controlar a humanidade.

A campanha segue Romer Shoal, um ex-piloto famoso de gravcycles que escapa de uma prisão flutuante junto com outros fora-da-lei que desafiaram a Rayonne. Leva umas nove horas para terminar o jogo e isso não é pouco – vai parecer que durou o dobro do tempo graças aos personagen­s chatos e a história muito rasa. Durante as missões, você pode procurar sucata para melhorar Romer e seu esquadrão, mas a campanha é meio que apenas uma sessão de treino estendida em preparação para o multiplaye­r, por isso você nem sequer pode escolher seu equipament­o ou os membros do grupo nas missões. Cada excursão costuma ser o básico "aquela em que você usa o rifle de longa distância" ou "a missão de plantar a bomba".

Montado em sua gravcycle, você flutua pelo mapa e entra em combate usando uma arma primária e outra secundária, que tem tempo de recarga (e que às vezes é algo de suporte, como uma granada de cura). Outras habilidade­s com tempo de recarga aparecem com seu esquadrão, que avançam a pé no cenário. O D-pad os faz usarem suas habilidade­s, e os manda parar, priorizar uma unidade inimiga ou se manterem próximos ao seu veículo. Tudo, desde os controle de FPS às táticas de grupo, é simples (não é um Ghost Recon nem nada), porém pode levar a certa frustração quando parece que suas unidades se recusam a se proteger, correm por cima de minas terrestres ou demoram muito para usarem as habilidade­s. As unidades inimigas se movem com bastante velocidade e parece que você está tentando matar moscas, e isso acaba sendo mais irritante do que desafiador.

Até que essa campanha funciona como tutorial para o multiplaye­r (você acaba testando todos os equipament­os diferentes), mas fica claro que ela não oferece nada a ser dominado. O máximo que ela dá são objetivos bônus em cada missão, que por algum motivo só são dados ao falar com personagen­s no hangar antes de começar a fase. Essas partes também o deixam conhecer melhor seu esquadrão, mas não há nada de interessan­te e a visão, com um certo zoom, fica meio embaçada e sem detalhes.

A chatice que senti na campanha vai embora no multiplaye­r. Quando é jogador contra jogador e todos têm o mesmo nível de experiênci­a, tudo faz sentido. Escolher entre um dos nove esquadrões, cada um com seus próprios equipament­os (dá para mudar de esquadrão no meio da partida) e batalhar em 5 contra 5. Todos os três modos seguem essa configuraç­ão de jogadores e fazem eles lutarem por pontos de controle, ou se matarem em um deathmatch, ou fazer ataque contra defesa.

Cada partida faz uso inteligent­e das unidades, pois objetivos como a captura de pontos exigem que elas estejam lá para garantir os pontos em vez do comandante. Como é tudo simples, esses objetivos não ficam repetitivo­s. No fim, sair flutuando e atirando em inimigos é divertido, graças aos controles básicos. Não há muito nesse jogo para manter alguém jogando por muito tempo, mas existe um prazer nessa simplicida­de toda. O jogo ganharia mais relevância se a campanha alçasse altos voos, felizmente o multiplaye­r é decente o bastante para jogarmos por mais um tempo.

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Pilotar sua gravcycle e controlar sua tropa do ar é bem simplifica­do
 ??  ?? FICHA
• PS4
• AÇÃO, FPS, ESTRATÉGIA • V1 INTERACTIV­E • PORTUGUÊS (TEXTO) • MÍDIA DIGITAL
FICHA • PS4 • AÇÃO, FPS, ESTRATÉGIA • V1 INTERACTIV­E • PORTUGUÊS (TEXTO) • MÍDIA DIGITAL
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