PlayStation (Brazil)

ASSASSIN’S CREED: VALHALLA

Apesar das semelhança­s, Valhalla é mais do que uma nova roupagem de AC: Odyssey

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O mais novo episódio da série Assassin's Creed vai colocar os vikings no palco e promete mudanças que vão além do cenário histórico. E é renovação que os fãs esperam. Afinal de contas, durante a última década, a série se desgastou por conta de seus lançamento­s anuais.

Ela iniciou um processo de mudanças quando deu mais atenção à ambientaçã­o do que ao enredo de assassinos e templários, acompanhad­a de elementos de RPG e modificaçõ­es no combate. No entanto, após aventuras no Egito

(AC Origins, 2017) e na Grécia Antiga

(AC Odyssey, 2018), os fãsjá estão apreensivo­s com a ideia de que Valhalla possa se acomodar em ser apenas outra roupagem do título anterior, em uma nova repetição de jogos formulaico­s.

Ainda é cedo para responder a essa pergunta com precisão, mas o nosso teste de três horas com o jogo mostrou que, apesar das semelhança­s, há novidades que podem mudar a forma de encarar a experiênci­a nas invasões vikings.

NIVELANDO POR CIMA?

A mudança no sistema de progressão parece ser o elemento-chave que diferencia Valhalla de seus antecessor­es. Inimigos, missões e equipament­os não possuem mais níveis. Isso é excelente porque afeta o design positivame­nte de diversas maneiras. A novidade acaba com a frustração de ter um inimigo mais forte de maneira artificial apenas por ter pontos acima do seu, e faz com que a força de cada adversário esteja em seu próprio design. Um chefão será mais difícil de derrotar por conta de seus ataques diferentes e perigosos, e não por definição de um número arbitrário. Assim como não será mais fácil vencê-lo por estar quinze níveis acima. Isso evita inconsistê­ncias na verossimil­hança, como um guardinha qualquer ser mais poderoso do que uma besta mitológica por conta do nível.

Nas missões, os níveis criavam barreiras de progressão. O jogador precisava sair do caminho principal da história para encarar missões secundária­s, muitas vezes genéricas, para conseguir o nível necessário para continuar a jornada. Em AC Valhalla, isso mudou e o jogador pode seguir para a atividade que mais o interessar. Com sorte, isso criará missões secundária­s mais significat­ivas, já que não haverá tanta preocupaçã­o com a XP do jogador.

Assim como em Odyssey, será possível escolher o gênero do seu protagonis­ta e isso não vai mudar em

nada o pilar da trama

Um sinal de que as missões paralelas terão mais qualidade é que o momento mais marcante do teste não foi a invasão a um castelo ou uma batalha de chefe, mas uma missão secundária em que Eivor encontra duas crianças que roubaram moedas de um altar. De forma delicada, os pequenos explicam que não tinham o que comer. Logo aparecerem as opções para ajudá-los com comida ou com dinheiro, ao passo que elas retribuem com um colar e aceitam Eivor como um amigo. Deu para sentir um gostinho de The Witcher 3 nessa missão em que os personagen­s pareciam possuir uma história maior do que aquela breve interação.

MACHADOS E ESCUDOS

O combate é outro elemento que possui semelhança­s e diferenças em relação a Odyssey. A parte negativa é que os golpes continuam sem muito impacto, o que faz as lutas não causarem tanta emoção quanto deveriam. Durante o teste, as animações também deixaram a desejar e nem sempre se encaixavam bem na movimentaç­ão ou na interação com os inimigos. Como trata-se de uma versão em desenvolvi­mento, torcemos para que haja um polimento maior na versão final.

Entre as novidades no combate está um novo menu rápido de especiais. Usando e algum botão de face é possível escolher várias habilidade­s, como envenenar suas flechas, disparo automático ou até chamar seu corvo para atacar um adversário. Do outro lado, no é possível arremessar diversos machados, envenenar a arma, dar um chutão ou investir contra um inimigo. Esses ataques gastam um pedaço da barra de especial, que é acumulada durante o combate.

Esses eram os ataques especiais disponívei­s no teste, mas Valhalla dá uma atenção maior as novas habilidade­s. Ao ganhar XP, você pode gastar seus pontos em três linhas (Lobo, Urso e Corvo), que liberam novos recursos e também dão vantagens para equipament­os, que não possuem mais trava de nível e entram em uma dessas três "classes".

É possível escolher um equipament­o para cada mão, o que permite variações na forma de lutar. Você pode seguir por uma linha tradiciona­l, com um machado na mão direita e um escudo na mão esquerda, que serve para fazer os aparos e abrir o contra-ataque. Se preferir usar dois machados ou um machado grande que ocupa as duas mãos, o poder de ataque pode ser aumentado, mas é preciso ter coragem para não usar um equipament­o de defesa. No outro extremo, é possível até colocar um escudo em cada mão, tentando priorizar o acerto dos aparos.

Outra novidade no combate é a possibilid­ade de finalizar inimigos atordoados usando o Esse ataque elimina o inimigo de vez ou, se for um chefe, causa dano crítico. O único problema aqui é que este é o mesmo botão que trava e destrava a mira, o que pode atrapalhar os comandos em alguns momentos.

SEGURA O FÔLEGO

O maior destaque no combate, no entanto, vai para a barra de fôlego, que se esvai com

ataques e, principalm­ente, com a esquiva para desviar de investidas adversária­s. A barra de fôlego está sempre em uso, mas é principalm­ente nas batalhas de chefe que ela se destaca – sim, isso é algo retirado do almanaque dos jogos Souls.

Durante o teste de AC Valhalla pela região da Ânglia Oriental foi possível enfrentar duas batalhas de chefe contra Cornelia e Regan, filhas de Lerion – chefes que fazem parte de um mesmo grupo, algo como as valquírias de God of War. Cornelia usa ataques elétricos, com destaque para disparos seguidos que são difíceis de esquivar. Já Regan possui uma espécie de sombra de fogo que repete seus movimentos como se formasse um rastro. As duas usam muitos ataques de investida, então é difícil ter um tempinho para respirar. Ao mesmo tempo, martelar na ofensiva é um completo suicídio, já que a barra de fôlego se esvai e abre sua guarda para a morte.

Outra batalha de destaque foi contra o Black Shuck, um enorme cão preto classifica­do como animal lendário – algo que já existia em AC Odyssey. No entanto, assim como o lobo que acompanhav­a um chefe nas missões de história, as animações do cão não eram muito boas. Os animais tinham uma movimentaç­ão pouco natural e algumas vezes não reagiam aos golpes sofridos.

Essa batalha exigia uma precisão maior nos aparos para evitar as mordidas do cão, mas também permitia uma outra saída: como o animal tomava bastante distância, era possível fazer bom uso das flechas para drenar a barra de vida dele.

COLHEITA FELIZ?

No mundo do entretenim­ento atual, os vikings sempre são retratados como guerreiros brutais. Mas, ao mesmo tempo que AC Valhalla dá vazão à fantasia, o jogo quer mostrar um outro lado. Segundo os produtores, as pesquisas para o jogo mostraram que os vikings eram mais fazendeiro­s do que guerreiros barbáricos e, ao deixar a Noruega para invadir a Inglaterra, eles simplesmen­te buscavam terras para morar.

É por isso parte da aventura em AC Valhalla envolve construir seu acampament­o viking e fazer o seu clã prosperar. Embora o acampament­o não estivesse disponível em nosso teste, essa parece ser uma parte importante do jogo. A base serve como lugar para fazer ferramenta­s melhores, traz oportunida­des para conseguir novas pessoas para o grupo e exibe um mapa com as possíveis alianças que se pode fazer durante a jornada.

Em uma das missões de história, após invadir e tomar um castelo, os vikings foram comemorar um casamento. Foi uma grande mudança de ritmo, com direito a minigames com aposta para ver quem bebia mais ou quem acertava mais alvos estando bêbado.

Algumas horas no mundo de Valhalla indicam que quem gostou de Odyssey e Origins deve ficar satisfeito com a fantasia viking de Assassin’s Creed, mas as mudanças serão capazes de atrair quem se afastou dos jogos anteriores? Saberemos isso a partir do dia 17 de novembro, quando Assassin’s Creed Valhalla chegar para o PLAYSTATIO­N 4 e, posteriorm­ente, também para o Playstatio­n 5.

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 ??  ?? Parte das tarefas será cuidar de sua comunidade, algo parecido com o acampament­o de Red Dead Redemption 2
Parte das tarefas será cuidar de sua comunidade, algo parecido com o acampament­o de Red Dead Redemption 2
 ??  ?? A jornada começa na Noruega e parte para a antiga Inglaterra
A jornada começa na Noruega e parte para a antiga Inglaterra
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