_ARMAS_BARATAS_SLAUGHTOMATIC
"Algo que pensamos sobre as armas é que, em Cyberpunk, a cultura bélica é bastante exagerada, bem diferente de como funciona no nosso mundo. É como se a cultura de armas dos EUA ficasse completamente maluca, entende?", diz Bem Andrews. Você, como protagonista, não é o único a levar um "ferro" por aí – isso é um fato da vida de Night City. Todo mundo tem uma arma porque a violência chegou a níveis extremos. A ideia de que você pode ser roubado no caminho de casa para o trabalho é extremamente comum, ou o seu apartamento pode ser invadido no fim de semana. E por causa disso todo mundo anda com uma arma".
O mundo abraçou essa ideia e armas de fogo se tornaram parte da cultura de consumo, tão comuns quanto fast food, prestobarba e barras de chocolate. "Há uma arma chamada Budget Arms Slaughtomatic. É uma das mais legais que fizemos. Basicamente, ela é uma arma muito ruim, toda em rosa-choque ou em qualquer outra cor imaginável", ele conta, enquanto nos mostra rascunhos dessa arminha colorida perto de uma máquina automática, dessas que vendem refrigerantes e afins. "Ela é descartável e não pode ser recarregada. Ao comprar a arma, você esvazia o pente e a joga fora para comprar outra, porque ela custa... eu não vou lembrar quanto custa no jogo atualmente, mas a ideia é que dá para comprar uma arma dessas por, tipo, uns cinco euros. E dá para comprar quando você vai na loja de conveniência do posto de gasolina, só para defender sua casa durante o fim de semana e depois é só jogar fora e comprar outra".
Há um elemento proposital de sátira nessa cultura de armas extrema que aparece no jogo. "Existe um anúncio de algumas armas feitas para a família. Ele mostra uma família inteira feliz posando com armas, até as criancinhas e a mãe grávida", Ben se lembra disso enquanto dá uma risada. Adoramos a ideia de ver anúncios da terrível Slaughtomatic e depois encontrar uma dessas por aí.
É a narrativa alimentando diretamente a jogabilidade. "Esse foi o conceito inicial dessa arma, a ideia de apenas pegar uma delas em uma máquina automática, disponível para qualquer pessoa, como se fosse um refrigerante", diz Ben Andrews. "Não faz sentido. Não é nem um pouco seguro. Mas tem a ver com um tema que habita o jogo e apoia isso".
É COMO SE A CULTURA DE ARMAS AMERICANA TIVESSE FICADO AINDA MAIS LOUCA