CALL OF DUTY: BLACK OPS - COLD WAR
De volta ao mundo das conspirações e alucinações
A situação do COD está estranha este ano. Esse deveria ser o ano do jogo da Sledgehammer Games (que alterna os lançamentos com a Treyarch e Infinity Ward), porém rumores apontavam que o projeto, que seria feito em conjunto com a Raven Software (que dá apoio a todos os CODs, mas teria envolvimento criativo nesse) se complicou devido a sérias desavenças entre as duas equipes. "O jogo está uma bagunça", uma fonte disse na época. E aí o próximo Black Ops, que deveria sair em 2021, foi adiantado para 2020. Cá estamos então com um novo episódio da Treyarch, que foi anunciado a menos de três meses do lançamento.
Cold War é sequência direta do primeiro Black Ops, de 2010, e volta a tratar de teorias da conspiração durante a Guerra Fria. Alex (THE NUMBERS) Mason, Frank Woods e Jason Hudson estão de volta junto a vários personagens novos em 1981 – até o presidente Ronald Reagan aparece. A campanha está sendo feita principalmente pela Raven, porém o trailer mostra um clima semelhante ao do primeiro Blops e é claro que há influência da Treyarch.
A história começa falando de um relatório que indica que Perseus foi avistado. Perseus é o codinome de um espião soviético que supostamente roubou informações do projeto Manhattan (que deu origem à bomba atômica) e outras pesquisas similares, e facilitou as pesquisas da União Soviética para produzir armas de poder equivalente. Se ele está por perto, é porque há algo muito sério acontecendo ou prestes a acontecer. Os personagens do BLOPS 1 aparecem junto de um novo agente da CIA com a cara toda estourada, chamado Adler, que é um dos pouquíssimos que sabem de algo sobre Perseus... e pelo que dão a entender, isso se liga à história do jogo anterior de alguma forma.
O pouco de informação que temos até agora só diz que, apesar de ter o estilo do primeiro, a campanha deve ter ambientes um pouco mais abertos (com mais caminhos para alcançar os objetivos) e mais de um final, assim como foi em Black Ops II. Você até personaliza o protagonista no início e escolhe um perfil psicológico para ele, que vai interferir em como responde a diferentes situações durante a campanha. A Activision diz que vai tentar fazer com que algumas escolhas suas afetem a história de forma significativa (além do final) e que haverá algumas objetivos extras durante as missões também. O trailer mostra algumas coisas que parecem alucinações, como paredes se desfazendo e uma caixa enorme caindo do céu, o que é bem a cara do primeiro Black Ops.
Pelas imagens (todas que você vê aqui foram capturadas direto de um PlayStation 5), a engine de Modern Warfare recebeu algumas grandes melhorias, especialmente na
parte de iluminação e reflexos.
Já a parte de multiplayer ainda é um mistério para nós, mas já deve ter sido revelada quando essa edição chegar às suas mãos. Como deveria ser, essa parte está a cargo da Treyarch e eles prometem uma evolução nesse modo. O estúdio também está a cargo do modo Zombies porque, afinal, não dá para ter um Black Ops sem zumbis, e uma notícia já esperada foi confirmada: Warzone vai continuar sendo o battle royale de COD, apenas com novas armas e opções baseadas nesse novo jogo – possivelmente com um novo mapa baseado nos anos 1980 para tudo ficar coerente...
GUERRA DOS PREÇOS
O preço de Cold War é algo interessante por si só. A versão padrão custa US$60/ R$250 e é apenas o jogo de PS4, que também pode rodar no PS5 via retrocompatibilidade. A versão "multi-geração" custa US$70/R$300 e dá direito a ter a versão padrão de PS4 e também a versão melhorada de PlayStation 5, que só roda nele, usa ray tracing etc. É um bom negócio à primeira vista, pagar R$50 para ter as duas versões é algo melhor do que outras empresas estão fazendo.
A pegadinha aí é que o único jeito de comprar a versão de PS5 é adquirir essa multigeração aí. Ou seja, é um jeito discreto da Activision de vender o jogo de PS5 mais caro, adicionando à pressão que a 2K tem feito com NBA 2K21 também a US$70 e a noção de que, talvez, os jogos fiquem mais caros na próxima geração. No momento parece um grande "se colar, colou", mas basta uma empresa apresentar a ideia para as outras abrirem as asinhas. A Activision tem desculpa para cobrar a mais esse ano, mas vamos ver como os preços dos jogos ficarão em 2021. Com um possível aumento e a extrema desvalorização do real, essa talvez seja uma geração muito cara para nós.